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HISTÓRIA, TERRITÓRIOS E FRONTEIRAS
Desde sua criação, em 1999, o Programa de Pós-Graduação em História tem os conceitos “Territórios e Fronteiras” como Área de Concentração. O conceito de fronteira não pode ser entendido apenas em seu sentido físico; isto é, como limite geopolítico territorial entre Estados-nações ou instrumento teórico que permite compreender fenômenos concernentes à ocupação e incorporação de suas terras-populações às dinâmicas de desenvolvimento econômico e político de polos hegemônicos, nacionais e internacionais. Estes são elementos importantes e constitutivos do conceito; porém, não o esgotam. O conceito de fronteira se abre a várias condições em que se confrontam, encontram-se e confluem temporalidades, ambientes, culturas, etnias, gêneros e estilos de vidas múltiplos e distintos. Entendido assim, tal conceito constitui um instrumento analítico útil para discutir fenômenos diversos: as diferenças entre os sujeitos e a aceitação do outro, a produção de identidades e os estranhamentos, as oposições, as contradições e as confluências constituintes das várias tipologias de fronteira. A reflexão sobre fronteira incide em sua complexidade no âmbito da globalização e da sociedade do conhecimento e suas consequências em realidades locais e regionais. Isto é, a afirmação do global não significa a exclusão da fragmentação étnica, cultural, de gênero, social ou econômica. Mesmo tendo em vista o conjunto histórico em sentidos globais, marcado pelo signo da integração, deve-se procurar compreender formas de vida sincréticas, translocais, e multilocais, que desafiam o entendimento das ciências humanas e sociais, pois exigem uma atitude receptiva aos padrões originais de cultura e das relações sociais.

Na proposta do programa de pós-graduação, as situações de fronteira afins ao sentido aqui proposto e que marcam a história de diversas sociedades e diferentes temporalidades se voltam, de preferência, ao centro-sul-americano e amazônico. Configuram uma realidade social, cultural, econômica e política que demanda reflexão contínua em nome da produção de conhecimentos para despertar interesses no mundo acadêmico nacional e internacional.

A partir da década de 1970, houve uma ocupação mais intensa das regiões amazônica e Centro-Oeste, ampliando os interesses do capital através dos chamados projetos de colonização levados a cabo por iniciativas governamentais e particulares. A Amazônia passou a ser exportadora de conflitos sociais e a apresentar desafios científicos que extrapolam suas fronteiras geopolíticas. As mudanças decorrentes de tal processo demandam estudos específicos; ou seja, abrem-se a interesses diversos como o de uma história ambiental, que permite ao historiador incorporar tais variáveis aos seus estudos, relacionando o social: ao mundo natural; à organização socioeconômica em interação com o ambiente; à produção de bens partindo dos recursos naturais; a valores éticos e das interações culturais (tratados como um todo); atores sociais, objeto principal de estudo dos historiadores. Esses elementos devem ser vistos como parte integrante dos biomas, dão o caráter histórico à ação antrópica. Abrem-se, também, campos de interesse a uma história econômica mais articulada com a problemática social e cultural das populações, assim como a uma história política que considere interesses e testemunhos de grupos excluídos, trabalhadores do campo e das cidades. É um contraponto à história das narrativas oficiais, sobre nações e personalidades de destaque.

Dada a importância estratégica dessas regiões, existem estudos acadêmicos sobre o Oeste brasileiro, sobretudo Mato Grosso, sendo desenvolvidos em diferentes partes do mundo. A importância estratégica dessa região — em particular da porção do Centro-Oeste que pertence à Amazônia meridional (coincidente com o estado do Mato Grosso em grande medida) — tem proporcionado pesquisas de qualidade em temáticas e temporalidades variadas. Os estudos cobrem desde os períodos iniciais da presença do império português no século XVIII até o século XXI; dos embates diplomáticos entre as potências ibéricas, passando por questões indígenas, quilombolas, até chegar aos projetos militares de reocupação dessa fronteira, que culminam nos avanços do agronegócio sobre a floresta amazônica. Os estudos sobre fronteira trazem contribuições consistentes para a problemática da incorporação desses territórios à dinâmica do desenvolvimento capitalista; possibilitam um entendimento fundamentado das determinações históricas mais amplas, dos processos históricos que se desenvolveram desde o período colonial e singularizaram as regiões Norte e Centro-Oeste; não só do ponto de vista econômico, mas também político e cultural. Por fim, o Centro-Oeste também não pode ser estudado sem se considerar a importância histórica das relações com os países da América do Sul.


TÍTULO II
DA ESTRUTURA DO PROGRAMA
Art. 2º O Programa de Pós-Graduação em História oferece cursos de Mestrado e Doutorado, tendo como área de concentração História, Territórios e Fronteiras.



Última atualização em 08 de maio de 2023.

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