Acadêmico

Disciplina em parceria com Musear tem início nesta 2ª


Aulas acontecem às segundas, às 14h, na sala 09 do ICSH e no Musear.

O Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGAS) dá início nesta segunda-feira (14.08) à "Antropologia da Arte: Artes, Estéticas, Narrativas e Fabulações", ofertada em parceria com o Museu de Etnologia e Arqueologia da UFMT (Musear). O curso discutirá conceitos de arte, estética, narrativa e fabulação através de abordagens interdisciplinares que atravessam os campos da Antropologia da Arte, Etnologia, Etnomusicologia, Filosofia, História da Arte e Literatura.

A discussão central acontece por meio de análises de estudos conceituais ou etnográficos intersemióticos, a proposta é ampliar e descentralizar a reflexão dos pólos tradicionais de abordagem da arte no ocidente. Conforme a ementa, são propostos debates gerais da antropologia da arte e da estética relacional, destacando as estéticas japonesas e a problemática da tradução, as relações entre a arte contemporânea e as possibilidades de habitar as ruínas do antropoceno. 

O curso se debruçará ainda sobre exemplos concretos de artes verbais e musicais ameríndias, de diversas regiões das terras baixas sul-americanas (Brasil Central, Alto Rio Negro), com a intenção de refletir sobre as linguagens poéticas, as cosmovisões indígenas e suas traduções. Gêneros como narrativas mitológicas, cantos, performance rituais (dança e música) serão pensados nos seus aspectos estilísticos e nas suas articulações com as esferas sociológicas e culturais – parentesco, relações de gênero, cosmopolítica – relativas a seus contextos respectivos de produção.

"A arte sempre esteve presente nos estudos antropológicos e nas etnografias clássicas, ainda que muitas vezes relegada ao segundo plano em discussões consideradas mais centrais à época. As relações entre antropologia, arte e estética se popularizaram em discussões teóricas entre o final dos anos 80 e início dos anos 90, especialmente pelo desenvolvimento dos campos de pesquisa Amerínda e da Melanésia. Els Lagrou, antropóloga que há décadas pesquisa o grafismo dos Huni Kuin no Acre, afirma que toda sociedade produz um estilo de ser que vem acompanhado de um estilo de gostar e suas criações artísticas, sejam elas objetos, imagens, palavras e gestos tornam-se então vetores da sua ação e pensamento sobre o mundo. Essa é a importância de pensar a arte através da ideia da sua agência, intenção, e sua capacidade de criação e transformação do mundo", explica Ryanddre Sampaio de Souza, antropólogo e museólogo do Musear, um dos professores que ministrará a disciplina.

Além de Ryanddre Sampaio, que é doutorando em Antropologia Cultural pelo Programa de Pós-graduação em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGSA/UFRJ), a disciplina também será ministrada pelos professores Emmanuel Rene Richard, antropólogo e tradutor com doutorado pela Université Paris Nanterre (França) e Universidade de São Paulo e Sonia Regina Lourenço, antropóloga com doutorado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Pós-Doutorado no PPGAS do Museu Nacional (UFRJ), docente da UFMT e supervisora do Musear.

Como esclarece a professora, a disciplina contará com uma vasta e diversificada bibliografia, que combina referências clássicas e contemporâneas. "Com a disciplina, queremos pensar na produção sensível da arte, da criação, da poiética em diferentes mundos, em como ela existe criando outros mundos. Nós selecionamos desde clássicos da Antropologia a autores japoneses a pensar essas forças intensivas próprias do mundo da arte. Por que é um universo tão fascinante? Usado para criar tanto distinções sociais quanto para induzir contravenções. Teremos também uma literatura própria que vai discutir narrativas, música, cinema, fabulações. Há também um tema que atravessa a disciplina que são as coisas que envolvem esse nosso mundo marcado pelas mudanças climáticas, pelo antropoceno, por grandes catástrofes, questões de migração, guerras. Os artistas e as artistas indígenas ou não estão de fato falando algo sobre isso, seja musicalizando, pintando, tecendo poéticas sobre isso"

As aulas acontecem às segundas-feiras, às 14h, na sala 09 do ICSH e na sala didática do Musear.

Sobre a obra que ilustra a arte de divulgação da disciplina

A obra escolhida para a divulgação da disciplina é da artista Chiharu Shiota, nascida em 1972 na cidade de Kishiwada, na província de Osaka, Japão. Shiota busca através de sua arte confrontar preocupações humanas fundamentais - vida, morte, relacionamentos - explorando a existência humana principalmente através da ausência e do vazio, proposições estéticas fundamentais da arte japonesa. Através de grandes instalações nas quais se entrelaçam fios, malas, cadeiras, vestidos, pianos e janelas, Chiharu Shiota reflete sobre a sobreposição de memórias e coisas, confundindo o pessoal e o transitório, tornando visíveis através da arte relações que se sustentam no campo dos afetos e da imaginação.

"Os fios tornam-se emaranhados, entrelaçados, quebrados, desfeitos. Eles refletem constantemente uma parte do meu estado mental, como se expressassem o estado das relações humanas". (Trecho da exposição 'Shiota Chiharu: a alma treme' realizada no Museu Mori de Arte, em Tóquio, 2019).



Por: Safira Campos, Bolsista de Apoio Técnico - Comunicação

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PORSonia Regina Lourenço
Docente -Supervisora do MUSEAR

DATAAug 8, 2023, 4:08:00 PM

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