Nesta quarta-feira (28) é comemorado o Dia do Servidor Público — o 50º da história da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) —em meio à um contexto de mudanças repentinas e novos desafios para a Instituição, que teve sua atuação destacada pela necessidade de responder à crise de saúde pública desencadeada pelo novo Coronavírus.
"A pandemia evidenciou a necessidade do serviço público e o papel do servidor neste processo. Na UFMT, todos se empenharam para que os serviços essenciais fossem mantidos e que a assistência e apoio à comunidade não fossem interrompidos. Nossos servidores são o principal patrimônio da UFMT", afirma o reitor, professor Evandro Soares da Silva.
Guilherme de Almeida Costa, Coordenador de Manutenção da Secretaria de Infraestrutura (Sinfra), foi um dos servidores que, apesar da pandemia, manteve as atividades presenciais por necessidade do setor. "Somos responsáveis pelo planejamento, fiscalização e execução dos serviços de manutenção e conservação de todo o Câmpus de Cuiabá. A gente atende cerca de 12 mil solicitações de manutenção corretiva por ano", conta o servidor técnico-administrativo.
A suspensão das atividades presenciais da graduação permitiu que a equipe de manutenção fizesse mais ações de prevenção, evitando problemas futuros, mas não eliminou a necessidade de manter o pessoal atento para problemas que surgiam pelo passar do tempo, principalmente em outros setores que mantiveram as atividades presenciais, como nos diversos laboratórios de pesquisa da UFMT. "Nós podemos citar por exemplo a região do CCBS I, II e III, onde temos diversos equipamentos de refrigeração que armazenam anos e de pesquisa. Também os viveiros da agronomia e da florestal, que têm um sistema de bombeamento com horários predeterminados de irrigação e controle de temperatura", afirma.
Além da preocupação com a pesquisa, os servidores da UFMT também precisaram redobrar os cuidados com os estudantes durante a pandemia, em especial àqueles atendidos pela Assistência Estudantil, mesmo que de forma remota, como foi o caso da Supervisão de Assistência Estudantil (SAE) de Sinop. "Desde que saiu a portaria do trabalho remoto, a gente colocou a disposição dos estudantes um número de Whatsapp para fazer o atendimento de forma mais ágil, apesar da distância", explica a técnica-administrativa Cinta Lopes Branco.
"Como sou a supervisora, eu que cuido desse número, e no começo a gente não tinha horário e nem dia da semana para receber mensagem. Tínhamos muita preocupação em sempre responder, para que o aluno não se sentisse sozinho, principalmente os estudantes que permaneceram na sede, que não conseguiram ir para a casa, mesmo quando não era uma dúvida do nosso setor", contou. "Depois disso, trabalhamos com a questão de complementar a alimentação, por causa do RU fechado. Fizemos o mapeamento dos estudantes e o acompanhamento deles para poder pagar todos os auxílios. E, mais recentemente, quando saiu a flexibilização curricular, tivemos outro aumento de demanda, por causa do edital de inclusão digital, respondendo dúvidas e guiando todo mundo no processo para obter o auxílio", completou.
E as mudanças impostas pela pandemia e pela necessidade de proteger a saúde da comunidade também afetaram os docentes. O professor Thiago Tunes, do Instituto de Engenharia (IENG), do Câmpus de Várzea Grande, comenta os desafios para dar continuidade nas atividades acadêmicas de forma remota.
"Mudou toda a forma de dar aula. As aulas que tínhamos preparado eram completamente diferentes das aulas que nós precisamos dar nesse novo formato. Por exemplo no meu caso. Eu sou professor de Física, o quadro para mim, a lousa, era fundamental para tentar transmitir da melhor forma possível esse conhecimento em todos os detalhes. Para continuar fazendo isso tive que buscar alternativas, me inteirar das novas tecnologias que até então eu não tinha domínio e isso foi uma grande experiência", afirma.
"Então, como o nome já diz, o servidor público é aquele que tá ali para servir, servir a sociedade brasileira da melhor forma possível. Muitos governantes vão entrar, vão sair, mas a gente vai tá ali lutando pelo desenvolvimento do Brasil, levando serviço pra sociedade, pra população, da melhor forma possível", concluiu o professor.
A UFMT conta com mais de 1.100 técnicos-administrativos em Educação e mais de 1.500 docentes, distribuídos nos câmpus de Cuiabá, Araguaia, Sinop e Várzea Grande, responsáveis por efetivar a missão de ensinar, produzir ciência e contribuir com a sociedade por meio da extensão universitária.