A Faculdade de Geociências – FAGEO foi criada em março de 2016 pela Resolução CD N.º 16 de 8/12/2015. Nela funciona o Curso de Graduação em Geologia desde 1975 - Resolução CD Nº 82/1975.

Visão Compartilhada da Paisagem: Cartografia Social do Bairro Jardim Vitória, Cuiabá - MT

Coordenador: Bruno Rodrigues de Oliveira

Discentes:

  • GUILHERME HENRIQUE FERREIRA NAZARIO
  • MARIA EDUARDA MENEGUZZI TIBALDI
  • LUANN AUGUSTO ROSA DE OLIVEIRA

Resumo: “A Cartografia Social consiste na elaboração de produtos cartográficos utilizando vivências e técnicas dos grupos conhecedores do território” (Herrera, 2009; Seemann, 2011). Com base nesse conceito, o presente projeto versa na elaboração de um mapeamento participativo do Bairro Jardim Vitória, Cuiabá – MT tendo a comunidade local como o principal ator do processo, contribuindo assim para o fortalecimento da identificação com a localidade. O mapeamento é materializado na forma de um produto cartográfico que represente a visão que os moradores têm da paisagem o qual é complementado com a abordagem técnica produzida pelos discentes extensionistas. A consecução desse objetivo se dá por meio de duas ações intituladas “Cartografando” e “Comunidade em Ação”. A primeira ação, “Cartografando”, compreende a elaboração de um mapa de problemáticas de cunho geológico e ambiental existentes no bairro, os quais serão identificados pelos discentes extensionistas, em conjunto com o coordenador do projeto, buscando aplicar os conhecimentos de geologia de engenharia, cartográfica geotécnica, mecânica dos solos e rochas e geologia ambiental obtidos em sala de aula. Durante as visitas, serão promovidas conversas entre os moradores e os discentes buscando identificar problemáticas que somente os moradores do local são capazes de observar visto que convivem diariamente com elas na região. A segunda ação, “Comunidade em Ação”, corresponde a reuniões abertas para a população local realizadas presencialmente em horários e dias que permitam a maior quantidade de participantes. A ação anseia na troca de conhecimento gerando discussões que culminem na compreensão, por parte dos moradores, dos condicionantes e deflagradores das problemáticas observadas durante a ação “Cartografando” e em possíveis soluções que estejam alinhadas às suas necessidades. Como resultados esperados almejamos: Aumentar o empoderamento comunitário por meio da capacitação dos residentes para que se tornem agentes ativos nas ações de mitigação das problemáticas, promovendo o senso de pertencimento e responsabilidade; Dar experiência aos discentes extensionistas da produção de conhecimento aplicado integrando as experiências e perspectivas da comunidade e o conhecimento acadêmico obtido em sala de aula; Facilitar a cocriação de soluções sustentáveis e contextualmente relevantes, alinhadas às reais necessidades da população; e Fortalecer a relação entre a academia e a comunidade, promovendo uma abordagem interdisciplinar e colaborativa na busca por soluções inovadoras.

Justificativa: Os moradores que habitam nas margens dos 22 córregos cidade de Cuiabá, alvos de despejo de esgoto e de escoamento natural das águas pluviais, são constantemente acometidos por enchentes e inundações que culminam em perdas materiais e desabrigados devido às ações antrópicas nas áreas de contribuição dos córregos. O bairro Jardim Vitória é caracterizado como bairro de baixa renda (SANTOS, 2010) no qual foram identificadas áreas de risco geológico além de registros de processos hidroerosivos e inundações durante estudos realizados pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) em 2014 e 2021 (CABRAL & PEIXOTO, 2014; PINHO & SILVA, 2021). Desde 2014 foram executadas ações estruturais como a construção parcial dos sistemas de drenagem e pavimentação de vias, mas nenhuma ação não estrutural como a capacitação de grupos comunitários e sensibilização das comunidades locais acerca das problemáticas na forma de ocupação e os seus impactos, principalmente nas margens do Córrego Baú que atravessa o bairro. Nesse contexto, o projeto de extensão visa dar voz a população e registrar as suas opiniões e conhecimento na forma de mapas, que serão compartilhadas com o Poder Público, e concomitantemente estimular os moradores a questionarem quais ações podem acarretar e agravar os problemas observados na região e quais seriam estratégias de mitigação dessas problemáticas. Esse tipo de abordagem traz empoderamento dos grupos mais vulneráveis nos processos de planejamento e discussões de interesse de uso dos recursos naturais, socioambientais, entre outros, vistos que, em alguns casos, as opiniões possuem níveis diferenciados de peso devido ao poder econômico e/ou influência política (SOUTA, 2021). Espera-se que o projeto contribua para a construção de um ambiente mais seguro e resiliente no bairro Jardim Vitória, visto a participação ativa da comunidade desempenha um papel crucial na promoção do bem-estar e na redução dos riscos existentes na região.
Objetivos: O projeto de extensão propõe uma abordagem colaborativa e participativa de identificação, mapeamento e conscientização de riscos existentes na comunidade do Bairro de Jardim Vitória, Cuiabá - MT promovendo a troca de conhecimentos e a busca por soluções conjuntas e o engajamento cidadão e estreitando e fortalecendo os laços entre a academia e a sociedade.
Metodologia: O projeto de extensão pode ser subdividido em quatro etapas. A primeira etapa a ser realizada pelos discentes bolsistas consiste na compilação e leitura de cartilhas, livros e resultados de pesquisas relacionados com riscos geológicos, ambientais e demais problemáticas a fim de produzir materiais e publicações em redes sociais em linguagem acessível aos moradores da região. Em seguida, na segunda etapa, os discentes bolsistas engajarão em atividades de campo aplicando os conhecimentos obtidos em sala de aula durante as disciplinas de geologia de engenharia, cartográfica geotécnica, mecânica dos solos e rochas e geologia ambiental. A proposta é que os discentes interajam com os moradores buscando trocar conhecimento sobre as problemáticas observadas durante a atividade de campo. O coordenador do projeto buscará incentivar a observação e análise do ambiente ao redor, por parte dos discentes, desenvolvendo a capacidade de identificar elementos geológicos presentes no ambiente urbano. Na terceira etapa, serão realizadas reuniões abertas para a população local, proporcionando um espaço inclusivo e receptivo para expressão de ideias, preocupações, sugestões e discussões sobre os problemas observados. O objetivo da etapa é a troca de conhecimento gerando discussões que culminem na compreensão, por parte dos moradores, dos condicionantes e deflagradores das problemáticas observadas durante as visitas de campo e na proposição de soluções alinhadas às suas necessidades. A reunião será realizada na Praça Cultural Jardim Vitória e na Escola Estadual Gustavo Kulmann (EEGK). A EEGK foi criada recentemente por uma demanda da população e muitos moradores participam ativamente das atividades na escola. Durante todo o processo, no caso haja interação com crianças, buscaremos estimular a sua curiosidade sobre as Geociências, relacionando situações observadas na comunidade com temáticas da Geologia, e divulgando o Museu de Minerais, Rochas e Fosseis (MMRF).
Referência:
CABRAL, D.; PEIXOTO, D. Setorização de áreas em alto e muito alto risco geológico: área urbana do município de Cuiabá, MT, 2014. HERRERA, J. Cartografia Social. Universidad Nacional Cordoba, 2009. Disponível em: https:// juanherrera.files.wordpress.com/2008/01/cartografia¬social.pdf. Acesso em: 4 mar. 2021. SEEMANN, J. A. Cartografia do Cotidiano: mapas não convencionais e um atlas de narrativas. Geograficidade, v. 1, n. 1, 2011. PINHO, D.; SILVA, J. A. da S. Suscetibilidade a Movimentos Gravitacionais de Massa e Inundações do Município de Cuiabá. Cuiabá: [s. n.], 2022. Disponível em: https://rigeo.cprm.gov.br/handle/doc/22635. SOUTO, R.D. MAPEAMENTO E PARTICIPAÇÃO. In: Souto, R.D; Menezes, P.M.L. de; Fernandes, M.C. (Org.) Mapeamento participativo e cartografia social: aspectos conceituais e trajetórias de pesquisa. Rio de Janeiro, RJ, 2021. SANTOS, A.B. (Org). Perfil socioeconômico de Cuiabá: volume IV, Central do Texto, Cuiabá, MT, 2010.
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