Resumo: O Curso de Graduação em Geologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) foi autorizado a funcionar em 08 de outubro de 1975 e a primeira turma ingressou no ano de 1976. Desde a sua criação, dados geológicos foram produzidos e contribuíram para uma compreensão do contexto geológico e para o desenvolvimento econômico de Mato Grosso. Entretanto, a informação produzida ficou restrita ao meio acadêmico e em formatos que dificultam a sua utilização. Isso pode ser observado que, em 47 anos desde a criação do curso, os produtos gerados a partir de mapeamentos geológicos e/ou geotécnicos ficaram majoritariamente restritos à Faculdade de Geociências (FAGEO), que na fase I do projeto (SIEX 270320231520511705) foram disponibilizadas no site da FAGEO. Nessa segunda fase, os materiais a serem disponibilizados em produtos cartográficos incluem a localização dos sítios paleontológicos identificados: 1) levantamento bibliográfico e 2) durante as pesquisas realizadas no Laboratório de Paleontologia e Palinologia da UFMT e localização dos afloramentos visitados durante atividades de campo que tenham potencial geoturístico e geocientífico. Essas informações serão divulgadas em meio digital para as instituições de ensino próximas a localização dos afloramentos e sítios para que possam incluí-los em suas atividades didáticas.

Justificativa: A demanda por Geoinformação tem crescido exponencialmente e, com a multiplicidade de geotecnologias existentes no mercado, a produção de dados geoespaciais e sua distribuição tornam-se mais ágeis e eficientes a cada dia. No entanto, para isso, os dados necessitam ser gerados seguindo padrões e especificações técnicas que garantam seu compartilhamento, interoperabilidade e disseminação, aspectos fundamentais em uma Infraestrutura de Dados Espaciais (IDE). A IDE fornece meios automatizados, sancionados por uma instituição, para publicação, recuperação, avaliação e troca de informações geoespaciais entre os produtores e consumidores de Geoinformação. Nesse contexto, o presente projeto propõe a disponibilização de acesso a dados produzidos por docentes, discentes e pesquisadores/as da Faculdade de Geociências (FAGEO) – UFMT, em tempo real, em um serviço de acesso a dados via web, aumentando a sua utilização e, consequentemente, a sua relevância e o alcance do conhecimento produzido. A Geoinformação possui grande importância nos mais diversos setores, dentre os quais pode-se citar alguns exemplos como o planejamento urbano, desenvolvimento e gestão territorial, construção civil, mineração, ambiental, entre outros. Diante da demanda por dados geológicos, reforçada pelos recentes convênios com a Companhia Matogrossense de Mineração (METAMAT), Agência Nacional de Mineração (ANM) e Cabaçal Mineração, o presente projeto de extensão tem como justificativa principal a facilitação do acesso e ampliar a divulgação dos dados produzidos e armazenados pela Faculdade de Geociências. Essa etapa tem como enfoque a localização dos sítios paleontológicos identificados por levantamento bibliográfico e por pesquisas realizadas pela equipe do Laboratório de Paleontologia e Palinologia da UFMT, em quantidade muito superior a dados oficiais fornecidos pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB). O conhecimento e a divulgação dessas localizações permite dar aos professores da educação básica, das escolas nas proximidades, a oportunidade de desenvolver uma experiência prática aos seus estudantes, além de subsidiar a elaboração de políticas públicas e execução de ações para preservação de áreas com potencial geoturístico e geocientífico. A localização dos afloramentos visitados durante atividades de campo pode contribuir para que no futuro haja definição de uma rota de geoturismo para entusiastas conectando diferentes localidades turísticas com a capital do Estado, além de aumentar a conscientização da população sobre a preservação de sítios paleontológicos. Todos esses dados contribuem para pesquisas desenvolvidas pelo SBG melhorando a qualidade e quantidade de informação geocientífica do Estado de Mato Grosso e sua posterior disponibilização na Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE) com a divulgação das pesquisas desenvolvidas na instituição em níveis nacional e internacional.

Objetivos: O objetivo deste projeto de extensão é divulgar para a sociedade civil e comunidade acadêmica o conhecimento produzido por docentes, discentes e pesquisadores/as da Faculdade de Geociências – UFMT por meio de serviço de acesso a dados via web, conhecido como Geosserviço. Como objetivos específicos, almeja-se: difundir os dados produzidos pelos discentes em trabalhos de campo; georreferenciar os afloramentos com ocorrência de fósseis e divulgar a sua localização; e georreferenciar os sítios paleontológicos identificados durante as pesquisas realizadas no Laboratório de Paleontologia e Palinologia da UFMT.

Metodologia: O projeto “Infraestrutura de Dados Espaciais (IDE)/FAGEO-UFMT: Fase II - Paleontologia” está dividido em duas ações principais. A primeira atividade consiste no georreferenciamento da localização dos sítios paleontológicos e afloramentos identificados durante os trabalhos de graduação e pós-graduação desenvolvidos no âmbito do no Laboratório de Paleontologia e Palinologia da UFMT. Esses dados serão divulgados por meio de produtos cartográficos que serão disponibilizados em formato digital e em mapa dinâmico permitindo consultas interativas aos dados afloramentos. Uma segunda ação será a de reunir todos os dados sobre potenciais sítios fossilíferos com a organização de informações geológicas e paleontológicas que sirvam de guia para visitação futura. Serão disponibilizadas nesse mapa interativo informações relacionadas à localização (coordenadas geográficas e rodovias), uma breve descrição do afloramento. As fichas descritivas contendo essas informações e uma figura ilustrativa, sempre que possível, serão disponibilizadas no site da FAGEO e veiculadas nas redes sociais na forma de postagens objetivando ampliar o alcance do projeto de extensão. Esta etapa será seguida da divulgação de um geoserviço nas entidades públicas como a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) e o Serviço Geológico do Brasil (SGB). Os geosserviços disponibilizados podem ser consultados em qualquer Sistema de Informações Geográficas (SIG). Os demais arquivos digitais serão encaminhados para as escolas públicas e privadas no entorno dos locais identificados. Por fim, serão elaborados vídeos curtos falando das localidades georreferenciadas que serão divulgados no site do Museu de Minerais Rochas e Fósseis (MMRF). Todos os materiais produzidos serão expostos no MMRF e apresentados aos visitantes do museu.