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Ciências

Grupo de Trabalho da Propesq valoriza mulheres na ciência

Laura Barboza é bolsista de Iniciação Científica e também participa de um grupo de pesquisa em Ecologia e Conservação de Bivalves de Água Doce.
Laura Barboza é bolsista de Iniciação Científica e também participa de um grupo de pesquisa em Ecologia e Conservação de Bivalves de Água Doce.
José Ricardo
Iniciativa para promover a equidade de gênero na UFMT

A participação das mulheres na ciência brasileira tem crescido significativamente. Um relatório da Elsevier-Bori revelou que, em 2022, 49% das publicações científicas no Brasil contaram com ao menos uma mulher na autoria, frente aos 38% de 2002. Com isso, o país ocupa a terceira posição mundial em participação feminina na ciência, atrás apenas de Argentina e Portugal, que apresentam 52%. Contudo, o estudo também aponta que, à medida que as mulheres avançam na carreira científica, sua presença diminui, especialmente em níveis mais altos de pesquisa.

Em resposta a esse cenário, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) deu um passo importante para promover a equidade de gênero na pesquisa e na produção científica. No Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, celebrado em 11 de fevereiro, a Pró-Reitoria de Pesquisa publicou a Portaria Normativa PROPEQ nº 01-N/2025, instituindo um Grupo de Trabalho (GT) com a missão de desenvolver estratégias para a valorização e permanência das mulheres na ciência.

A escolha da data para a publicação não poderia ser mais simbólica. Reconhecendo a desigualdade de gênero no meio científico, a iniciativa visa promover um ambiente acadêmico mais inclusivo e igualitário. A reitora da UFMT, professora Marluce Aparecida Souza e Silva, destacou que a medida está alinhada às diretrizes nacionais e internacionais voltadas para a promoção da equidade de gênero na ciência.

“Em nossa gestão, vamos propor ações e políticas voltadas para a pesquisa e a pós-graduação que atendam às demandas das mulheres na ciência. É fundamental celebrarmos nossas conquistas e caminharmos juntas na construção de caminhos para uma verdadeira igualdade de gênero”, ressaltou.

Laura Barboza, estudante de Biologia da UFMT e bolsista de Iniciação Científica, está envolvida na modernização da coleção de macroinvertebrados bentônicos da instituição e participa do grupo de pesquisa independente em Ecologia e Conservação de Bivalves de Água Doce. Ela recebeu com entusiasmo a notícia da criação do Grupo de Trabalho da Propesq. “Esse é um passo essencial para institucionalizar a valorização das mulheres na ciência na UFMT. O caminho na pesquisa ainda é desafiador para nós alunas da iniciação científica e para as pesquisadoras da pós-graduação, muitas delas mães, trabalhadoras e que, ainda assim, dedicam suas vidas à ciência. Em uma área historicamente ocupada por homens, é fundamental garantir equidade, apoio institucional e reconhecimento para que essas cientistas possam seguir e transformar a pesquisa”, ressaltou.

Desafios e avanços necessários

Embora as mulheres representem uma parcela significativa entre estudantes de graduação e pós-graduação, sua participação em cargos de liderança e nas áreas de destaque da pesquisa científica ainda é desproporcionalmente baixa. Segundo a Coordenadora de Pesquisa da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pâmela Craveiro, que deve liderar o grupo de trabalho, esse cenário é agravado por desafios como o acesso limitado a financiamentos, redes de colaboração restritas e a sobrecarga da dupla jornada de trabalho.

“Com o novo GT, nós pretendemos diagnosticar as desigualdades enfrentadas por nós pesquisadoras, identificar boas práticas institucionais e propor estratégias que possam de fato valorizar e garantir a permanência das mulheres na pesquisa científica na UFMT”, destacou a coordenadora que irá presidir o Grupo de Trabalho. 

O Grupo contará ainda com duas pesquisadoras (titular e suplente) da UFMT representando cada uma das oito grandes áreas do conhecimento (Ciências Agrárias; Ciências Biológicas; Ciências da Saúde; Ciências Exatas e da Terra; Engenharias; Ciências Humanas; Ciências Sociais Aplicadas; Linguística, Letras e Artes) e poderá convidar especialistas, representantes de outras instâncias da UFMT, entidades externas e membros da sociedade civil para contribuir com os debates. O prazo inicial para a conclusão dos trabalhos é de 180 dias, prorrogáveis por igual período.

Entre os principais objetivos do GT estão:

  • Realizar um diagnóstico sobre os desafios e desigualdades enfrentadas por mulheres na produção científica da UFMT;
  • Levantar boas práticas para a valorização e permanência de mulheres na ciência;
  • Elaborar um relatório com propostas e encaminhamentos para a Pró-Reitoria de Pesquisa da UFMT.
Compromisso com a igualdade de gênero

Ao lançar essa iniciativa, a UFMT reafirma seu compromisso com a equidade de gênero na ciência, reconhecendo a necessidade de criar um ambiente de pesquisa que não apenas acolha, mas também valorize as contribuições das mulheres. Para o Pró-Reitor de Pesquisa, Bruno Bernardo de Araújo, essa é uma oportunidade de “transformar desafios em avanços concretos para que a pesquisa científica seja mais justa e inclusiva para as mulheres em todas as áreas”.

Confira a Portaria Normativa PROPEQ nº 01-N/2025 na íntegra: Aqui!

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PORThiago Crepaldi
Pesquisador do Programa Institucional de Comunicação Pública da Ciência.

DATAFeb 13, 2025, 8:45:00 AM

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