INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA
DEPARTAMENTO DE SAÚDE COLETIVA
GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
Nota Pública à Comunidade Acadêmica da UFMT - Campus Cuiabá
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Recentemente, em live realizada pela plataforma da rede Facebook (https://www.facebook.com/share/v/1NWQraZJ3m/), mais uma vez membros(as) do Centro Acadêmico de Saúde Coletiva (CASACO) utilizam-se de inverdades para constranger e atacar docentes e dirigentes da gestão do Instituto de Saúde Coletiva (ISC/UFMT).
Numa perspectiva pedagógica, responderemos que a qualidade do ensino público nas universidades públicas está fundamentada no rigor acadêmico e no método científico e, assim, asseguramos a formação de profissionais e pesquisadores aptos a trabalhar em sociedade. Nossas instituições vão além da transmissão bancária de conteúdos, pois elas promovem a reflexão crítica, o debate e a produção de conhecimento em diálogo com a sociedade.
A inclusão da classe trabalhadora nesses espaços amplia e democratiza o acesso ao conhecimento e diversifica a base do debate acadêmico. Ao oferecer uma formação sólida para todos e exigir empenho e dedicação por parte dos(as) discentes, a universidade pública reafirma sua função de formar com qualidade, com docentes qualificados e com pesquisa e extensão de referência. Incluir não é comprometer a qualidade mas fortalecer uma educação fundamentada no método científico, capaz de atender às necessidades de toda a população.
A universidade é, simultaneamente, um espaço de direitos e de deveres. Quando surgem barreiras – temporárias ou permanentes – que dificultam o acompanhamento adequado das atividades acadêmicas, a gestão do Instituto de Saúde Coletiva promove sempre um diálogo responsável entre estudantes e docentes, buscando construir alternativas viáveis e respeitosas.
Nessa perspectiva, acolher situações de adoecimento ou dificuldades específicas faz parte do trabalho docente. No entanto, também é papel do professor orientar sobre os limites do processo formativo – incluindo, quando necessário, a indicação para o discente solicitar estudo domiciliar, ou mesmo, trancamento do curso como uma medida de cuidado e preservação da saúde do(a) próprio(a) estudante.
Não podemos permitir que discursos descontextualizados enfraqueçam essa missão. No ISC, temos evidenciado que defender a universidade pública significa defender o direito de todos a uma formação de qualidade, gratuita, laica e inclusiva. Não aceitaremos que a pauta da inclusão seja distorcida ou instrumentalizada para justificar acusações infundadas ou deslegitimar o papel ético e orientador dos docentes. Como também, não será aceito pressões com propósito de possível aprovação de qualquer discente sem demonstrar aprendizagem - conforme regulamentado nas instâncias superiores da UFMT.
Por fim, reafirmamos que a gestão do Instituto de Saúde Coletiva repudia veementemente a fala da representante do CASACO e reafirma seu compromisso com a disseminação de informações verídicas e com o combate às fake news. Reiteramos que este Instituto, historicamente, tem pautado suas atividades de ensino, pesquisa e extensão em temas fundamentais, como a saúde e cuidado das mulheres, indígenas, negros, LGBTQI+ e outros grupos que garantiram seus direitos e conquistas com grande esforço e luta. Cabe também ressaltar que os espaços colegiados do ISC-UFMT se constituem como democrático e plural, incluindo a representação estudantil, configurando-se, em arena legítima de debate e construção coletiva, no qual as decisões são pactuadas com responsabilidade. Dessa maneira, entendemos que será nesses espaços que discordâncias com métodos de ensino e avaliações, e mesmo denúncias, devem ser apresentadas e discutidas, de forma madura e responsável.
Cuiabá-MT, 22 de maio de 2025
Gestão do Instituto de Saúde Coletiva (ISC/UFMT)