O presente estudo investigou a presença de Ehrlichia spp. em cavalos e carrapatos de propriedades rurais localizadas nos municípios de Poxoréu, Poconé e em ranchos em Cuiabá, situados no estado de Mato Grosso, e em um rancho no município de Corumbá, localizado em Mato Grosso do Sul, por meio da detecção molecular, sorológica e dos fatores de risco associados à infecção. Foram avaliados 148 equídeos no Mato Grosso e 12 equinos no Mato Grosso do Sul. Coletaram-se sangue e carrapatos dos animais, os quais foram avaliados pela Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) para amplificar fragmentos parciais do gene dsb e 16S rRNA erliquial. Soros equinos também foram avaliados por meio da Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI) para detecção de anticorpos anti-Ehrlichia spp. Possíveis associações clínicas e hematológicas foram avaliadas junto aos resultados de PCR e RIFI para Qui-quadrado ou teste exato de Fisher. Das amostras do Mato Grosso, 3 equinos (2,03%) apresentaram fragmentos do gene dsb e 61 equídeos
(41,2%) reagiram na RIFI com títulos variando entre 40 e 2560. A sororreatividade a antígenos de E. canis foi associada a parasitismo de carrapatos, origem rural, hipoalbuminemia e hiperproteinemia (p ≤ 0,05). O total de 901 espécimes de carrapatos que foram retirados desses animais e identificados como D. nitens, A. sculptum e R. microplus foram negativos na PCR. Das amostras provenientes do estado do Mato Grosso do Sul, os DNA extraídos do sangue dos equinos não apresentaram amplificação nas PCR, e cinco deles foram sororreagentes na RIFI (41,7%), com títulos variando de 40 a 160. O total de 57 espécimes de carrapatos que foram retirados desses animais e identificados como D. nitens, A. sculptum e R. microplus, destes uma fêmea adulta de A. sculptum, amplificou fragmentos dos genes dsb e 16S rRNA para Ehrlichia. Foram identificadas pela primeira vez evidências da infecção natural de Ehrlichia minasensis em equinos do estado de Mato Grosso e uma cepa de Ehrlichia sp. em carrapato Amblyomma sculptum proveniente do Pantanal sul-mato-grossense, apresentando similaridade com as cepas detectadas em mamíferos selvagens no Brasil e na Argentina.
Palvra-chave: RIFI
Detecção molecular de Ehrlichia Canis e de Anticorpos Da Classe IgG contra Ehrlichia Canis e Ehrlichia Chaffeensis em indivíduos da Comunidade Acadêmica Da Faculdade De Medicina Veterinária Da UFMT
O gênero Ehrlichia pertence a ordem Rickettsiales, classificado na família Anaplasmataceae. Algumas dessas espécies possuem importância em saúde pública, pois são hábeis a infectar humanos. Dentre esses agentes, destaca-se a Ehrlichia chaffeensis, que causa uma importante
erliquiose em humanos do homem e a Ehrlichia canis, importante patógeno canino que vem sendo relatada no homem. Além disso, relatos de parasitismo por R. sanguineus em humanos no Brasil potencializa a importância emergente do caráter zoonótico da infecção por Ehrlichia canis. Pessoas que trabalham ou tem convivência estreita com cães, como médicos veterinários, estudantes de medicina veterinária, e tratadores de cães estão entre os indivíduos com maior risco de contato com o agente. A partir destas premissas, como a região de Cuiabá é endêmica para E. canis, este estudo objetivou realizar inquérito sorológico de anticorpos anti-E. canis e E. chaffeensis por meio de Reação de Imunofluorescencia Indireta (RIFI) e Ensaio Imunoabsorvente Ligado a Enzima (ELISA); e molecular por meio de PCR em 198 indivíduos da Faculdade de Medicina Veterinária da UFMT, dentre eles médicos veterinários e estudante. Das amostras avaliadas, 14 (7,58%) foram reativos a RIFI com títulos ≥ 40. ELISA para detectar
anticorpos anti-E. canis demonstrou 10 (5,0%) amostras reagentes ao antígeno da proteína TRP19, cinco (2,5%) á proteína USTRP36 e BrTRP36, e três (1,5%) á proteína CrTRP36 3 (1,51%). Também por meio de ELISA, três (1,5%) indivíduos apresentaram reação frente a proteína TRP32 de E. chaffeensis. Todas as amostras apresentaram resultados negativos na PCR para Ehrlichia canis. A detecção de anticorpos na população estudada reforça a hipótese
deste grupo de indivíduos pertencer a população de risco, frequentemente exposta a estes patógenos. Os resultados do presente estudo reforçam o potencial zoonótico de agentes de E. canis na região estudada.terinária da UFMT, dentre eles médicos veterinários e estudante.
TAXA MÍNIMA DE INFECÇÃO POR Ehrlichia minasensis sp. nov. EM CARRAPATOS Amblyomma sculptum E Rhipicephalus microplus E AVALIAÇÃO DO PERFIL SOROLÓGICO E DE INFECÇÃO EM BOVINOS.
Uma nova espécie filogeneticamente próxima a Ehrlichia canis foi identificada infectando bovinos e cervídeos no Canadá, bem como em bovinos e carrapatos Rhipicephalus microplus no Brasil. Esta espécie foi recentemente classificada como Ehrlichia minasensis sp. nov. e, embora tenha sido detectada em R. microplus, pouco se sabe sobre a epidemiologia desta infecção, principalmente nas espécies de carrapatos.
DETECÇÃO DE Theileria equi E Babesia caballi E ANTICORPOS ANTI-EHRLICHIA SPP. EM EQUÍDEOS DO PANTANAL MATOGROSSENSE, BRASIL.
O presente estudo avaliou equídeos de 26 fazendas da região do pantanal matogrossense, sendo 122 equídeos testados pela Reação em Cadeia pela Polimerase (PCR) para detectar os genes de Babesia, Theileria, Anaplasma, Ehrlichia e Neorickettsia e 109 pela Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI) frente a antígenos de Ehrlichia canis.
DETECÇÃO MOLECULAR E SOROLÓGICA DE Ehrlichia spp. EM FELINOS DOMÉSTICOS DA REGIÃO METROPOLITANA DE CUIABÁ, BRASIL
A erliquiose é uma doença de distribuição mundial, causada pelas Rickettsias Ehrlichia spp.. É considerada endêmica em cães de várias regiões do Brasil, porém em felinos essa informação é desconhecida e poucos estudos foram realizados até o momento no país. Com o intuito de detectar a presença de infecção por Ehrlichia spp. em gatos da região metropolitana de Cuiabá, Mato Grosso, foram coletadas amostras de sangue de uma população de 212 indivíduos da região e submetidos a Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI) para Ehrlichia spp. e a Reação em Cadeia pela Polimerase (PCR) visando a amplificação de um fragmento de 409 pb do gene dsb de Ehrlichia. Dos animais avaliados 88 (41,5%) foram soropositivos pela RIFI e 20 (9,4%) foram positivos pela PCR. Sequências parciais de DNA obtidas a partir dos produtos da PCR foram idênticas às sequências de E. canis depositadas no GenBank.