Detecção molecular de agentes patogênicos em primatas neotropicais no estado de Mato Grosso, Brasil

Autor: Stéfhano Luís Cândido

Categoria(s): 2021, Tese

Palavra(s)-chave: bactérias, macacos, PCR, tripanossomatídeos, zoonoses

Com o crescimento das cidades, o desmatamento, a expansão da agricultura e a manutenção da fauna silvestre em cativeiro, os primatas neotropicais estão mais próximos dos humanos, aumentando o risco de disseminação das zoonoses, pois podem atuar como reservatórios de inúmeros patógenos. No Brasil, as informações sobre a sanidade desses animais são escassas e o diagnóstico pode auxiliar no entendimento epidemiológico para implementação de medidas profiláticas e controle dessas doenças. Portanto, o presente estudo teve como objetivo verificar o perfil sanitário de primatas por meio da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR). Entre 2017 e 2019, foram coletadas amostras de sangue total de 38 primatas Neotropicais de vida livre e cativos de seis espécies diferentes (Alouatta caraya, Aotus azarae, Aotus infulatus, Ateles marginatus, Mico melanurus e Sapajus apella), oriundas de sete cidades do estado de Mato Grosso, Centro-Oeste do Brasil. Os agentes pesquisados foram: Leishmania spp., Trypanosoma spp., Toxoplasma gondii, Neospora caninum, Brucella spp. e Leptospira spp. Para os tripanossomatídeos, nove (23,68%) amostras positivas foram identificadas para o gênero Leishmania: sete (18,42%) como L. infantum e dois (5,26%) animais foram positivos para L. (L.) amazonensis; e dois (5,26%) animais para o gênero Trypanosoma: um T. minasense e outro T. rangeli. Foi detectado L. infantum na espécie Aotus azarae, sendo a primeira descrição dessa associação espécie-hospedeiro. Para os demais agentes, 11 (28,95%) amostras foram positivas para T. gondii, 10 (26,32%) foram positivas para
N. caninum e 13 (34,21%) amostras apresentaram DNA de Brucella spp. Nesse estudo não foi encontrado a presença de material genético de Leptospira spp. nas amostras testadas. Esta pesquisa contribuiu para o entendimento do perfil sanitário de primatas neotropicais de vida livre e de cativeiro no Estado de Mato Grosso, Brasil, e demonstrou a importância desses animais em desempenhar o papel de hospedeiros e possíveis fontes de infecção dos agentes encontrados para outros animais e humanos. A detecção molecular evidenciou a susceptibilidade dos animias dessa região a inúmeros patógenos potencialmente fatais, implicando diretamente na sua conservação. Este é o primeiro estudo realizado no Estado de Mato Grosso em que se avalia o perfil sanitário de primatas neotropicais de vida livre e cativos.

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Detecção de Brucella Spp. em sangue, sêmen e swab vaginal de cães da Região Metropolitana De Cuiabá/MT

Autor: Sara Maria Dantas da Nóbrega Dias

Categoria(s): 2022, Dissertação

Palavra(s)-chave: infertilidade, PCR, reprodução, zoonoses

A Brucelose é uma zoonose causada pela bactéria gram negativa Brucella spp., uma doença infecciosa-contagiosa crônica que afeta principalmente o
sistema reprodutivo dos animais e gera prejuízos econômicos e sanitários. O objetivo do presente estudo foi diagnosticar à Brucella spp. em cães a partir de diferentes amostras biológicas (sangue, sêmen e swab vaginal). Foram utilizados cães com idade, peso e sexo variados, provenientes de canis no município de Cuiabá e Várzea Grande/MT. Inicialmente, foi feito o levantamento do histórico reprodutivo dos animais e estes foram submetidos à avaliação clínica geral e específica do trato reprodutivo. Nos machos foi realizado o exame andrológico e nas fêmeas exame ginecológico. Em seguida foi coletado sangue em todos os animais (n=35); sêmen nos machos (n=9) e swab vaginal (n=24) nas fêmeas para realização da técnica de Reação em Cadeia pela Polimerase (PCR) para brucelose. Das fêmeas analisadas, 15 (62,5%) possuíam origem externa ao canil, 17 (70,85%) maternidade confirmada, 8 (33,3%) foram positivas na PCR de Brucella spp. em sangue e 10 (41,7%) em swab vaginal, no entanto, apenas 2 (8,4 %) apresentaram sintomas clínicos, onde Fêmea 1 (F1) apresentou aborto (60 dias de gestação) e Fêmea 2 (F2) apresentou infertilidade.
Foi encontrado anormalidade no corpo do útero em uma das fêmeas na avaliação ultrassonográfica (F1). Dos machos avaliados (n=11), 7 (63,6%) eram
de origem externa ao canil e 8 (72,7%) com paternidade confirmada. A coleta de sêmen foi realizada em 9 animais, 4 (44,44%) foram positivos na PCR de Brucella spp. em sangue e 2 (18,2%) em sêmen, sendo que 3 (33,3%) positivos apresentaram sinais clínicos, onde Macho 3 (M3), apresentou dificuldade na copula devido a um problema locomotor e por isso foi castrado, Macho 7 (M7) apresentou uma infecção ocular e Macho 10 (M10) apresentou infertilidade. A parte andrológica também demonstrou ser impactada negativamente, animais positivos na PCR sêmen e/ou sangue apresentaram menor motilidade, vigor, concentração, integridade de membrana e acrossoma. Os defeitos secundários demonstraram maior impacto nos animais positivos variando entre 20% à 38%, sendo eles gota distal, gota proximal, cauda quebrada sem gota, e cauda quebrada com gota. Concluímos que foi possível diagnosticar Brucella spp. em machos e fêmeas por PCR nas diferentes amostras biológicas analisadas indicando que a PCR de swab vaginal é um teste efetivo para identificar Brucella spp. em fêmeas, no entanto, em machos o teste em sangue ainda é o mais indicado.

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Detecção molecular de Ehrlichia Canis e de Anticorpos Da Classe IgG contra Ehrlichia Canis e Ehrlichia Chaffeensis em indivíduos da Comunidade Acadêmica Da Faculdade De Medicina Veterinária Da UFMT

Autor: Amanda Noéli Da Silva Campos

Categoria(s): 2022, Dissertação

Palavra(s)-chave: ELISA., erliquiose, Humanos, PCR, RIFI

O gênero Ehrlichia pertence a ordem Rickettsiales, classificado na família Anaplasmataceae. Algumas dessas espécies possuem importância em saúde pública, pois são hábeis a infectar humanos. Dentre esses agentes, destaca-se a Ehrlichia chaffeensis, que causa uma importante
erliquiose em humanos do homem e a Ehrlichia canis, importante patógeno canino que vem sendo relatada no homem. Além disso, relatos de parasitismo por R. sanguineus em humanos no Brasil potencializa a importância emergente do caráter zoonótico da infecção por Ehrlichia canis. Pessoas que trabalham ou tem convivência estreita com cães, como médicos veterinários, estudantes de medicina veterinária, e tratadores de cães estão entre os indivíduos com maior risco de contato com o agente. A partir destas premissas, como a região de Cuiabá é endêmica para E. canis, este estudo objetivou realizar inquérito sorológico de anticorpos anti-E. canis e E. chaffeensis por meio de Reação de Imunofluorescencia Indireta (RIFI) e Ensaio Imunoabsorvente Ligado a Enzima (ELISA); e molecular por meio de PCR em 198 indivíduos da Faculdade de Medicina Veterinária da UFMT, dentre eles médicos veterinários e estudante. Das amostras avaliadas, 14 (7,58%) foram reativos a RIFI com títulos ≥ 40. ELISA para detectar
anticorpos anti-E. canis demonstrou 10 (5,0%) amostras reagentes ao antígeno da proteína TRP19, cinco (2,5%) á proteína USTRP36 e BrTRP36, e três (1,5%) á proteína CrTRP36 3 (1,51%). Também por meio de ELISA, três (1,5%) indivíduos apresentaram reação frente a proteína TRP32 de E. chaffeensis. Todas as amostras apresentaram resultados negativos na PCR para Ehrlichia canis. A detecção de anticorpos na população estudada reforça a hipótese
deste grupo de indivíduos pertencer a população de risco, frequentemente exposta a estes patógenos. Os resultados do presente estudo reforçam o potencial zoonótico de agentes de E. canis na região estudada.terinária da UFMT, dentre eles médicos veterinários e estudante.

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Hemoplasmose em felídeos silvestres de vida livre e cativeiro no estado do Mato Grosso, Brasil

Autor: Letícia Camara Pitchenin

Categoria(s): Tese

Palavra(s)-chave: felinos, Hemoplasmose, Mycoplasma, PCR

Os hemoplasmas são parasitos de eritrócitos, caracterizados por estarem sempre na posição epieritrocitária e por causarem anemia nos animais infectados. Em felinos, três espécies de Mycoplasmas são descritas: Mhf, CMhm e CMt. Considerados importantes reservatórios de doenças, os felídeos silvestres podem desempenhar um papel crucial na epidemiologia das hemoplasmoses. Logo, o objetivo deste estudo foi detectar a ocorrência dessas três espécies de hemoplasmas de importância clínica em felídeos silvestres de vida livre e cativeiro. Foram coletadas, extraídas e submetidas a reação em cadeia da polimerase (PCR), amostras de sangue de 23 felídeos silvestres de 6 espécies distintas (Leopardus colocolo, Leopardus pardalis, Leopardus wiedii, Panthera onca, Puma concolor e Puma yagouaroundi) no período de agosto de 2014 a agosto de 2018. Não houve detecção de Mhf nos felídeos deste estudo. CMhm foi detectado em 12,5% (3/23) animais, dois de vida livre e um de cativeiro, sendo estes pertencentes à mesma espécie (Leopardus pardalis). CMt estava presente 52,2% dos felídeos (12/23), sendo 6 animais de vida livre e 6 animais de cativeiro. Todas as espécies de felídeos silvestres testadas apresentaram pelo menos um animal positivo para este microrganismo, sendo encontrada a um animal com coinfecção de CMhm e CMt. Este é o primeiro relato pela técnica de PCR da ocorrência de CMt em Leopardus colocolo, Leopardus wiedii, Puma concolor, Panthera onca e Puma yagouaroundi. Os mecanismos de transmissão são ainda incertos para estes microrganismos. O estudo das populações felinas silvestres pode contribuir ativamente para compreensão da epidemiologia das hemoplasmoses e da importância destes animais como reservatórios, podendo afetar significativamente a saúde humana e as populações domésticas e silvestres.

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Metabólitos fecais de glicocorticoides e detecção de Neospora caninum em quatis (Nasua nasua) cativos

Autor: Thais Oliveira Morgado

Categoria(s): Tese

Palavra(s)-chave: desafio de ACTH, estresse, Nasua nasua, Neospora caninum, PCR

O bem-estar animal envolve dentre outros conceitos, o monitoramento do estresse crônico, que leva a liberação constante de glicocorticoides (GCMs), já que por sua vez, suprimem o sistema imunológico, e monitoramento sanitário, constituindo um papel essencial na gestão de animais silvestres em cativeiro. A quantidade de animais cativos vem aumentando drasticamente e um grande número de zoológicos brasileiros é responsável por programas de conservação e criação de espécies ameaçadas de extinção.

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Detecção de FIV e FeLV em felídeos domésticos e silvestres naturalmente infectados e avaliação da metodologia de diagnóstico

Autor: Carla Patricia Amarante e Silva

Categoria(s): Tese

Palavra(s)-chave: gatos, onças pintadas, PCR, Vírus da Imunodeficiência Felina, Vírus da Leucemia Felina

As retroviroses são importantes doenças virais que afetam os felídeos domésticos e não domésticos, dentre elas estão o vírus da imunodeficiência felina (FIV) e o vírus da leucemia felina (FeLV). Os objetivos deste estudo foram investigar a ocorrência de FIV e FeLV em gatos domésticos na Baixada Cuiabana e onças pintadas de vida livre do Pantanal Mato-Grossense, avaliar as técnicas de diagnósticos (sorologia e PCR) e identificar os possíveis fatores de risco associados à infecção em felídeos naturalmente infectados.

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TAXA MÍNIMA DE INFECÇÃO POR Ehrlichia minasensis sp. nov. EM CARRAPATOS Amblyomma sculptum E Rhipicephalus microplus E AVALIAÇÃO DO PERFIL SOROLÓGICO E DE INFECÇÃO EM BOVINOS.

Autor: Izabelle Thayná Soares Carvalho

Categoria(s): Dissertação

Palavra(s)-chave: bovinos, Carrapatos, Ehrlichia, Pantanal, PCR, RIFI

Uma nova espécie filogeneticamente próxima a Ehrlichia canis foi identificada infectando bovinos e cervídeos no Canadá, bem como em bovinos e carrapatos Rhipicephalus microplus no Brasil. Esta espécie foi recentemente classificada como Ehrlichia minasensis sp. nov. e, embora tenha sido detectada em R. microplus, pouco se sabe sobre a epidemiologia desta infecção, principalmente nas espécies de carrapatos.

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Leishmania chagasi EM CÃES NO MUNICÍPIO DE JACIARA, MATO GROSSO, BRASIL

Autor: Patrícia Lazari

Categoria(s): Dissertação

Palavra(s)-chave: Cães, ELISA., Leishmaniose Visceral, PCR

A Leishmaniose Visceral (LV) é uma doença causada pelo protozoário Leishmania chagasi e transmitida pela picada de fêmeas de flebotomíneos. O cão é considerado o principal reservatório do agente em áreas urbanas e a eutanásia de cães sororreagentes é um dos métodos de controle da LV. As técnicas utilizadas para o diagnóstico da leishmaniose visceral canina (LVC) no Brasil, Ensaio Imunoenzimático (ELISA) e Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI), foram amplamente questionadas devido à precisão desses testes.

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AGENTES INFECTO-PARASITÁRIOS TRANSMITIDOS POR CARRAPATOS EM PEQUENOS MAMÍFEROS TERRESTRES NO PANTANAL DE POCONÉ, MATO GROSSO, BRASIL

Autor: Rafael Willian Wolf

Categoria(s): Dissertação

Palavra(s)-chave: Babesia, Ehrlichia, Hepatozoon, PCR, Rickettsia

Os carrapatos são parasitas que possuem uma grande diversidade de hospedeiros e podem transmitir diversos agentes patogênicos. Esses parasitas são responsáveis pela transmissão de agentes infecciosos como as bactérias dos gêneros Rickettsia e Ehrlichia e também protozoários dos gêneros Hepatozoon e Babesia. Relatos mostram que carrapatos do gênero Amblyomma, Ixodes e Rhipicephalus podem atuar como vetores na transmissão destes agentes.

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DETECÇÃO DE Theileria equi E Babesia caballi E ANTICORPOS ANTI-EHRLICHIA SPP. EM EQUÍDEOS DO PANTANAL MATOGROSSENSE, BRASIL.

Autor: Elenice Marta de Barros

Categoria(s): Dissertação

Palavra(s)-chave: Carrapatos, cavalos, muares., PCR, RIFI

O presente estudo avaliou equídeos de 26 fazendas da região do pantanal matogrossense, sendo 122 equídeos testados pela Reação em Cadeia pela Polimerase (PCR) para detectar os genes de Babesia, Theileria, Anaplasma, Ehrlichia e Neorickettsia e 109 pela Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI) frente a antígenos de Ehrlichia canis.

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