Em dezembro de 2019 iniciava-se um processo epidemiológico que teria consequências catastróficas ao mundo. Um vírus já conhecido pela comunidade cientifica transpassava barreiras interespécies novamente e se adaptava a um novo hospedeiro: o ser humano. Em janeiro de 2020 a OMS declarou que um novo vírus surgia na China, de acordo com informações, o ponto em comum era mais precisamente um mercado de pescados em Wuhan onde várias espécies de animais eram comercializadas. Logo o novo vírus chamado de SARS-CoV-2 se espalhou pelo mundo devido às movimentações de pessoas. Infecções naturais e experimentais em animais começaram a ser relatadas. Esse estudo procurou entender qual a prevalência das infecções naturais em cães, gatos e animais silvestres numa região em que foram confirmados 115.853 casos em humanos numa população total de 612.574 pessoas e a taxa de mortalidade alcançou 5,8 durante o período de 2020 e 2021. Um total de 762 cães, 182 gatos e 36 animais silvestres foram testados para SARS-CoV-2 pelos testes de Elisa e soroneutralização. Em cães obtivemos 33 positivos no teste de Elisa e três na soroneutralização. Em felinos, 4 foram positivos no Elisa e 3 na soroneutralização. Em silvestres todos foram negativos nos dois testes. Baseado nos dados, concluímos que cães e gatos apresentam baixa soroprevalência em uma cidade altamente afetada pela Covid-19, são necessários mais estudos de soroprevalência em animais silvestres de vida livre para que se possa compreender sua real importância e que apesar do Elisa baseado na proteínade nucleocapsídeo N ser um bom teste de triagem, reações cruzadas com outros coronavírus caninos podem estar presentes por ser uma proteína altamente conservada entre coronavírus. A soroneutralização mostrou-se eficiente para encontrar anticorpos neutralizantes.
Palvra-chave: ELISA.
Detecção molecular de Ehrlichia Canis e de Anticorpos Da Classe IgG contra Ehrlichia Canis e Ehrlichia Chaffeensis em indivíduos da Comunidade Acadêmica Da Faculdade De Medicina Veterinária Da UFMT
O gênero Ehrlichia pertence a ordem Rickettsiales, classificado na família Anaplasmataceae. Algumas dessas espécies possuem importância em saúde pública, pois são hábeis a infectar humanos. Dentre esses agentes, destaca-se a Ehrlichia chaffeensis, que causa uma importante
erliquiose em humanos do homem e a Ehrlichia canis, importante patógeno canino que vem sendo relatada no homem. Além disso, relatos de parasitismo por R. sanguineus em humanos no Brasil potencializa a importância emergente do caráter zoonótico da infecção por Ehrlichia canis. Pessoas que trabalham ou tem convivência estreita com cães, como médicos veterinários, estudantes de medicina veterinária, e tratadores de cães estão entre os indivíduos com maior risco de contato com o agente. A partir destas premissas, como a região de Cuiabá é endêmica para E. canis, este estudo objetivou realizar inquérito sorológico de anticorpos anti-E. canis e E. chaffeensis por meio de Reação de Imunofluorescencia Indireta (RIFI) e Ensaio Imunoabsorvente Ligado a Enzima (ELISA); e molecular por meio de PCR em 198 indivíduos da Faculdade de Medicina Veterinária da UFMT, dentre eles médicos veterinários e estudante. Das amostras avaliadas, 14 (7,58%) foram reativos a RIFI com títulos ≥ 40. ELISA para detectar
anticorpos anti-E. canis demonstrou 10 (5,0%) amostras reagentes ao antígeno da proteína TRP19, cinco (2,5%) á proteína USTRP36 e BrTRP36, e três (1,5%) á proteína CrTRP36 3 (1,51%). Também por meio de ELISA, três (1,5%) indivíduos apresentaram reação frente a proteína TRP32 de E. chaffeensis. Todas as amostras apresentaram resultados negativos na PCR para Ehrlichia canis. A detecção de anticorpos na população estudada reforça a hipótese
deste grupo de indivíduos pertencer a população de risco, frequentemente exposta a estes patógenos. Os resultados do presente estudo reforçam o potencial zoonótico de agentes de E. canis na região estudada.terinária da UFMT, dentre eles médicos veterinários e estudante.
Leishmania chagasi EM CÃES NO MUNICÍPIO DE JACIARA, MATO GROSSO, BRASIL
A Leishmaniose Visceral (LV) é uma doença causada pelo protozoário Leishmania chagasi e transmitida pela picada de fêmeas de flebotomíneos. O cão é considerado o principal reservatório do agente em áreas urbanas e a eutanásia de cães sororreagentes é um dos métodos de controle da LV. As técnicas utilizadas para o diagnóstico da leishmaniose visceral canina (LVC) no Brasil, Ensaio Imunoenzimático (ELISA) e Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI), foram amplamente questionadas devido à precisão desses testes.
Fauna de flebotomíneos, taxa de infecção natural e hábito alimentar de Lutzomyia cruzi em Jaciara, Mato Grosso
A leishmaniose visceral no Brasil é uma doença causada por protozoários da espécie Leishmania (Leishmania) infantum chagasi, transmitida por flebotomíneos denominados Lutzomyia longipalpis e Lu. cruzi. O estudo da fauna desses insetos, aliado à pesquisa do hábito alimentar e a determinação das taxas de infecção natural por Leishmania, é uma importante ferramenta para a compreensão da cadeia epidemiológica das leishmanioses e da competência vetorial. As coletas desses insetos foram realizadas na área urbana de Jaciara/MT com uso de armadilhas luminosas no período de 2010 a 2013.