Descrito na última década, infectando cães em diversas regiões brasileiras, aspectos biológicos e epidemiológicos da infecção por Trypanosoma caninum ainda são desconhecidos. Devido aos avanços das técnicas de Sequenciamento de Nova Geração (SNG), o estudo sobre a biologia evolutiva dos tripanosomatídeos teve um acréscimo substancial de informações genéticas. Dessa forma, o objetivo deste estudo foi apresentar informações sobre o genoma desta espécie e realizar a comparação gênica com outros tripanosomatídeos, utilizando a plataforma Miseq para o sequenciamento parcial do genoma. Filogeneticamente, T. caninum demonstrou proximidade com T. cruzi e T. rangeli. A adaptação deste parasito ao cão doméstico e uma provável redução do seu genoma podem estar elencados ao seu processo evolutivo. Ademais, o sequenciamento do genoma também possibilitou a investigação de genes/proteínas alvos para o seu diagnóstico específico. Assim, os oligonucleotídeos sintéticos 5’-AGCCAATAGCAAGGGTGGAA-3’ e 5’-GCGTCATCCATTTTCGAGGC-3’ foram desenhados baseados na região 18S do rDNA de T. caninum que amplificam um produto de 248 pb. Estes oligonucleotideos
mostraram-se específicos e sensíveis para T. caninum, já que o limite mínimo de detecção foi de 10 cópias de DNA do parasito.
Palvra-chave: cão
Avaliação radiográfica de fêmur e tíbia em cães da raça spitz alemão com luxação patelar medial
O objetivo do estudo foi mensurar radiograficamente ângulos femorais e tibiais de cães da raça spitz alemão com luxação patelar medial grau I a III. Foram avaliados 35 membros pélvicos e classificados em três grupos: grau I, grau II e grau III de LPM. As imagens foram obtidas através de radiografias padronizadas sob anestesia. Os valores dos ângulos foram mensurados em imagens radiográficas craniocaudais de fêmures e caudocraniais e mediolaterais de tíbias. Foram determinados: ângulo anatômico proximal lateral femoral (aLPFA), ângulo anatômico distal lateral femoral
(aLDFA), ângulo mecânico proximal lateral femoral (mLPFA), ângulo mecânico distal lateral femoral (mLDFA), ângulo de inclinação (ICA), ângulo varus femoral (FVA), ângulo mecânico proximal medial tibial (mMPTA), ângulo mecânico distal medial tibial (mMDTA), ângulo mecânico proximal cranial tibial (mCrPTA), ângulo mecânico distal cranial tibial (mCrDTA) e ângulo do platô tibial (TPA). Não foi encontrada diferença significativa (p > 0,05) nos valores obtidos de ICA, FVA e aLDFA. Médias de mLPFA foram significativamente maiores conforme aumentava o grau de LPM. Diferenças significativas não foram observadas em mensurações dos ângulos tibiais. Portanto, os resultados justificam investigações de ângulos femorais e tibiais em cães da raça spitz alemão sem e com LPM e também a comparação com mensurações obtidas através de imagens de tomografia computadorizada.
Investigação de Trypanossoma caninum em cães de municípios das regiões do cerrado e pantanal no brasil
Trypanosoma caninum (T. caninum) foi identificado e relatado em diferentes regiões do Brasil pelo isolamento da pele íntegra de cão, crescimento em cultura axenica e posterior detecção molecular e sequenciamento. No entanto, são necessários métodos diagnósticos mais sensíveis que utilizem alvos específicos para estimar a frequência real da infecção. Este estudo visou detectar e quantificar a carga parasitária de T. caninum em amostras de pele íntegra, sangue e linfonodos de cães em diferentes municípios, localizados na região centro-oeste do Brasil, utilizando a técnica de PCR quantitativo com alvo específico para T. caninum e cultura parasitológica. Dos 349 cães analisados, 54 (15,5%) foram positivos, independente da técnica utilizada. A infecção por T. caninum ocorreu em todos os municípios, com uma elevada frequência notificada em Várzea Grande (66,7%). A frequência de T. caninum foi estatisticamente associada à infecção por leishmaniose visceral (p = 0,02). A cultura parasitológica e o PCR quantitativo foram positivos em 1,4% e 14% dos cães, respectivamente. Foi encontrado DNA do parasito na pele, linfonodo e sangue em 10%, 3,7% e 1,7% dos cães, respectivamente. A carga parasitária média de T. caninum foi mais elevada em amostras de pele, seguida por linfonodo e sangue, sem diferença significativa (p = 0,06). A infecção por T. caninum foi superior às encontradas anteriormente, ressaltando que a frequência
desse parasito seja subestimada. Nenhum fator de risco foi associado à infecção (p > 0,05), mas os cães com leishmaniose visceral tinham um risco 2,2 maior de infecção pelo parasito do que os cães sem a doença. A carga do parasito nas amostras biológicas foi considerada baixa, contudo, a pele apresentou maior número de cópias de DNA, reforçando a predileção por este sítio e a baixa ocorrência de alterações clínicas nos cães infectados.
Neoplasias mamárias em cães: correlação entre porte e tamanho tumoral
As neoplasias de glândula mamária em cães são as mais comuns, representando metade dos atendimentos de clínicos relativos a tumores, acometem principalmente cadelas senis e não castradas. Ao menos 50% têm comportamento maligno e a maioria é caracterizada como diferentes padrões de carcinomas. Os fatores mais relacionados à origem destes neoplasmas de mama são: sexo, idade, dieta, obesidade e distúrbios hormônais. A ovariohisterectomia precoce, mesmo que relacionada à diminuição da incidência, não é impeditiva para a ocorrência desta neoplasia. A detecção precoce do problema é de fundamental importância para uma melhor sobrevida destes animais, já que o risco de malignidade proporcionalmente aumenta com o tamanho do neoplasma. A intervenção cirúrgica é a modalidade terapêutica mais indicada e utilizada para o tratamento das neoplasias, porém protocolos de terapia multimodal com a associação de cirurgia e quimioterapia aumentam o tempo de sobrevida dos pacientes. O objetivo deste estudo foi avaliar a correlação do tamanho tumoral com os diferentes padrões de porte dos cães, além de determinar a prevalência e informações dos aspectos clínico patológicos dos tipos e padrões de neoplasias da glândula mamária. Os cães deste estudo foram provenientes do atendimento clínico do Hospital Veterinário Universitário de Cuiabá (HOVET). Os cães com diagnóstico prévio de neoformação mamária passaram por anamnese e avaliação, para estadiamento tumoral. Os animais foram divididos segundo seu porte físico, e submetidos à mastectomia unilateral total. O tamanho tumoral foi classificado de acordo com o sistema TNM proposto por Owen, 1980. Após coleta, o material foi imediatamente encaminhado ao Laboratório de Patologia Veterinária (LPV). Depois de classificados os tumores, foi avaliada a correlação do tamanho tumoral com os diferentes padrões de porte dos cães e correlacionado com o prognóstico do paciente, além de determinar a prevalência dos tumores da glândula mamária, seus diferentes tipos histológicos, metástases e informações dos aspectos clínicos- patológicos dos pacientes. Foram avaliados 222 animais, com idade variada de dois a 16 anos (média de 9.51±3,01 anos), as fêmeas foram as mais acometidas com 98.65% dos casos, apenas três machos acometidos. Em relação ao porte físico dos 222 animais, o maior número de animais foram os de pequeno porte (P) com 98 animais de pequeno porte (P) até 9,0 kg, 60 animais de médio porte 9,1 a 23kg (M) e 64 animais de grande porte acima de 23,1kg (G). Ocorreu superioridade dos tumores malignos, não foi observada correlação entre o porte dos animais com o tamanho tumoral.
Efeitos do Tramadol sobre os parâmetros oftálmicos em cães
O tramadol tem-se destacado como analgésico para cães e gatos. Sua importância clínica deve-se ao fato de possuir poucos efeitos adversos, apresentação oral e longa duração em comparação aos opioides convencionais. O tramadol é um opioide atípico, atua como agonista fraco dos receptores µ e na inibição da receptação de serotonina e noradrenalina. A hipótese do fármaco não alterar os parâmetros oftálmicos, como a pressão intraocular, o diâmetro pupilar e a produção lacrimal, estimula o seu uso como analgésico pré-operatório em cirurgias intraoculares e no controle da dor oriunda de qualquer etiologia em oftalmopatas.
LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA EM BARÃO DE MELGAÇO, MATO GROSSO: SOROLOGIA E ANÁLISE ESPACIAL
A leishmaniose visceral é uma zoonose importante na saúde pública, com o cão doméstico como o principal reservatório da doença no ambiente urbano. O presente estudo objetivou avaliar a soroprevalência e a distribuição espacial da leishmaniose visceral canina (LVC), bem como os fatores associados à doença em Barão de Melgaço. Foram utilizados os testes preconizados pelo Ministério da Saúde do Brasil, teste rápido imunocromatográfico e ensaio imunoenzimátio para avaliar 402 amostras de soro de cães da área urbana e rural do município.
EFEITOS DA TAFLUPROSTA E DA BRINZOLAMIDA SOBRE A PRESSÃO INTRAOCULAR E O DIÂMETRO PUPILAR DE CÃES SAUDÁVEIS.
Objetivou-se estudar os efeitos da administração tópica da tafluprosta a 0.0015% e da brinzolamida a 1% sobre a pressão intraocular (PIO) e o diâmetro pupilar (DP) em cães saudáveis. Dois experimentos com intervalo de 10 dias foram realizados. Onze cães foram tratados com 1 gota de tafluprosta às 8h30 e 20h30, ou brinzolamida às 8h30, 14h30 e 20h30 durante 4 dias e nos olhos contralaterais foram instilados uma única gota de solução salina e classificado como olho controle A PIO e o DP foram mensurados às 8h00, 11h00, 14h00, 17h00 e 20h00 durante dois dias (basal), quatro dias de tratamento e um de pós-tratamento.
ANESTESIA TOTAL INTRAVENOSA COM PROPOFOL ASSOCIADO AO FENTANIL, LIDOCAÍNA, CETAMINA OU FENTANIL-LIDOCAÍNA-CETAMINA EM CADELAS SUBMETIDAS À OVARIOSSAPINGOHISTERECTOMIA ELETIVA
Este trabalho objetivou avaliar e comparar a influência do bolus e da infusão contínua de fentanil, lidocaína, cetamina ou a associação destes sobre a indução e manutenção da anestesia total intravenosa com propofol, no que se referem os parâmetros cardiorrespiratórios, a analgesia transoperatória e residual, a recuperação anestésica e a ocorrência de efeitos adversos de cadelas submetidas à ovariossalpingohisterectomia eletiva
OCORRÊNCIA DA INFECÇÃO POR Toxoplasma gondii POR SOROLOGIA E PCR ASSOCIADO A FATORES DE RISCO EM CÃES
A toxoplasmose é uma infecção comum nos animais e no homem, causada pelo Toxoplasma gondii configurando-se como uma importante protozoonose. O cão apresenta importância epidemiológica por atuar como sentinela da infecção para o homem. Levantamentos soro-epidemiológicos desses animais são importantes ferramentas de vigilância e controle da doença em programas de saúde.
Avaliação laboratorial da hemostasia e a relação da carga parasitária com a apresentação clínico-laboratorial de cães com leishmaniose visceral no município de Cuiabá
As alterações hemostáticas na leishmaniose visceral são desencadeadas por processos imunomediados, resultando em inflamação e lesões hepáticas e renais. O objetivo do estudo foi descrever as alterações de hemostasia primária e secundária e relacioná-las com os achados clínicos e histopatológicos renais e hepáticas encontradas. No grupo com leishmaniose visceral (GLVC) a trombocitopenia foi observada em 14 cães (51,85%), além de uma baixa correlação entre o aumento no TTPA e lesão hepática (r= -0,20).