Prevalência de neoplasias em bovinos abatidos no estado de Mato Grosso

Autor: Milene Vidotti

Categoria(s): 2022, Dissertação

Palavra(s)-chave: bovinocultura de corte, frigorífico; neoplasia em vísceras e carcaças bovinas, matadouro

Esta dissertação teve como objetivo realizar o estudo da prevalência de neoplasias em bovinos abatidos em frigoríficos sob regime de inspeção federal e estadual de Mato Grosso, entre 2019 e 2020 e realizar a caracterização histológica dos achados durante a inspeção ante mortem e post mortem. Foram abatidos, nas indústrias frigoríficas selecionadas, um total de 1.536.636 bovinos, durante esse estudo foram coletadas 112 amostras e destas 93 foram consideradas neoplasias.
Para este estudo foi utilizada a técnica de estudo observacional analítico e para isso foram selecionadas indústrias frigoríficas com regime de inspeção federal e estadual, das quatro principais regiões de pecuária do Estado de Mato Grosso, de acordo com a quantidade de animais abatidos em cada região. Os dados obtidos neste estudo foram analisados quanto a sua prevalência por sexo, idade, origem, tipo e localização anatômica do tumor. Os tumores com maior casuística foram encontrados no sistema digestório onde foram registradas 26 neoplasias, seguido pelo sistema urinário/reprodutor (22), sist. linfático (12), glandular (11), respiratório (11), cardiovascular (5), indeterminado (3), tegumentar (2) e osteomuscular (1). As fêmeas com idade superior a 36 meses foram mais acometidas, as neoplasias encontradas eram em sua maioria malignas (90%) e de origem epitelial (62%).

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Detecção molecular de Ehrlichia Canis e de Anticorpos Da Classe IgG contra Ehrlichia Canis e Ehrlichia Chaffeensis em indivíduos da Comunidade Acadêmica Da Faculdade De Medicina Veterinária Da UFMT

Autor: Amanda Noéli Da Silva Campos

Categoria(s): 2022, Dissertação

Palavra(s)-chave: ELISA., erliquiose, Humanos, PCR, RIFI

O gênero Ehrlichia pertence a ordem Rickettsiales, classificado na família Anaplasmataceae. Algumas dessas espécies possuem importância em saúde pública, pois são hábeis a infectar humanos. Dentre esses agentes, destaca-se a Ehrlichia chaffeensis, que causa uma importante
erliquiose em humanos do homem e a Ehrlichia canis, importante patógeno canino que vem sendo relatada no homem. Além disso, relatos de parasitismo por R. sanguineus em humanos no Brasil potencializa a importância emergente do caráter zoonótico da infecção por Ehrlichia canis. Pessoas que trabalham ou tem convivência estreita com cães, como médicos veterinários, estudantes de medicina veterinária, e tratadores de cães estão entre os indivíduos com maior risco de contato com o agente. A partir destas premissas, como a região de Cuiabá é endêmica para E. canis, este estudo objetivou realizar inquérito sorológico de anticorpos anti-E. canis e E. chaffeensis por meio de Reação de Imunofluorescencia Indireta (RIFI) e Ensaio Imunoabsorvente Ligado a Enzima (ELISA); e molecular por meio de PCR em 198 indivíduos da Faculdade de Medicina Veterinária da UFMT, dentre eles médicos veterinários e estudante. Das amostras avaliadas, 14 (7,58%) foram reativos a RIFI com títulos ≥ 40. ELISA para detectar
anticorpos anti-E. canis demonstrou 10 (5,0%) amostras reagentes ao antígeno da proteína TRP19, cinco (2,5%) á proteína USTRP36 e BrTRP36, e três (1,5%) á proteína CrTRP36 3 (1,51%). Também por meio de ELISA, três (1,5%) indivíduos apresentaram reação frente a proteína TRP32 de E. chaffeensis. Todas as amostras apresentaram resultados negativos na PCR para Ehrlichia canis. A detecção de anticorpos na população estudada reforça a hipótese
deste grupo de indivíduos pertencer a população de risco, frequentemente exposta a estes patógenos. Os resultados do presente estudo reforçam o potencial zoonótico de agentes de E. canis na região estudada.terinária da UFMT, dentre eles médicos veterinários e estudante.

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Correlação clínico patológica entre as imunomarcações de E-caderina e receptores de estrógeno nos tumores de mama em cadelas

Autor: Maria Thereza Bonfim Ens

Categoria(s): 2021, Dissertação

Palavra(s)-chave: amário, Biomarcadores, cães fêmeas, característica clínicopatológicas

O objetivo do trabalho é estabelecer uma correlação de variáveis clínicas com as neoplasias mamárias encontradas e sua correlação sobre marcadores
tumorais, podendo assim, demandar um tratamento melhor estabelecido. A relação entre o receptor de estrogênio (ER) e a expressão epitelial da caderina (E-), detectada por características clínico-patológicas e métodos imunohistoquímicos, foi avaliada em 111 tumores mamários caninos. A maioria (n = 95; 85,58%) dos tumores eram histologicamente malignos e subclassificados como grau I (n = 42), grau II (n = 31) ou grau III (n = 22). Houve uma associação estatística significativa entre malignidade grau III e imunomarcação negativa para estrogênio (p = 0,01). Nenhuma associação
significativa pôde ser estabelecida entre a classificação histológica (neoplasia, benigna ou maligna) e imunomarcação para ER e caderina-E. Vinte e um (22,10%) de 95 tumores mamários malignos metastatizaram. O carcinoma mamário simples (n = 9) foi significativamente associado à expressão ER negativa (p =0,03), sugerindo um prognóstico ruim. Esses achados enfatizam a necessidade de melhorar os fatores prognósticos nos tumores mamários caninos.

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Platynosomum fastosum em felinos domésticos em Cuiabá, região Centro- oeste do Brasil

Autor: Raissa Lopes Lima

Categoria(s): 2021, Dissertação

Palavra(s)-chave: Colangite, coproparasitológico, Mato Grosso, trematódeo

Platynosomum fastosum apresenta distribuição em regiões tropicais e subtropicais, e é o principal parasito do sistema biliar dos gatos domésticos. Os gatos podem ser assintomáticos ou apresentar sinais graves de colangite. No Brasil a infecção é relatada em todo território, porém na região Centro-oeste do país, há apenas estudos post mortem. Diante disso o objetivo dessa pesquisa foi pesquisar a frequência do parasitismo por P. fastosum em gatos domésticos atendidos no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso, campus Cuiabá, associando alterações
clínicas e laboratoriais (hemograma, bioquímico e ultrassonografia) com diferentes técnicas coproparasitológicas (sedimentação formalina-éter, Faust e Hoffmann).
Foram avaliados 171 gatos clínica e laboratorialmente e um questionário epidemiológico semiestruturado foi aplicado aos tutores. A prevalência observada foi de 26,90%, sem associação significativa com gênero, estado reprodutivo, idade, hábito de caça, acesso à rua, tratamento anti-helmíntico recente e desconhecimento do tutor em relação ao parasitismo. Dos gatos avaliados, 55 (32,16%, valor de p< 0,01) apresentaram sinais clínicos sugestivos de colangite com associação significativa ao parasitismo. Em relação as variáveis clínico patológicas, observou-se leve neutrofilia e elevação não significativa da atividade sérica de ALT e FA, enquanto os valores médios de eosinófilos, leucócitos totais, proteína total, albumina e globulina se encontravam dentro da normalidade. Os achados ultrassonográficos foram semelhantes com os já descritos, ductos biliares dilatados, vesícula biliar espessada, hepatomegalia e sedimento na vesícula biliar. O parasitismo por P. fastosum ocorreu em aproximadamente um quarto (26,90%) dos gatos da amostra avaliada em Cuiabá-MT, com associação significativa com os sinais clínicos de colangite e concordância regular entre as técnicas coproparasitológicas empregadas.

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Valores hematológicos e bioquímicos para aves de rapina atendidas na grande Cuiabá/MT

Autor: Marcela Natacha Aparecida Rocha

Categoria(s): 2021, Dissertação

Palavra(s)-chave: Accipitriformes, Falconiformes, hematologia, Rapinantes, Strigiformes

O Brasil é um dos países que concentra o maior número de espécies de rapinantes do mundo cujo aumento da casuística de atendimento médico veterinário para esse grupo deriva, predominantemente, como consequência de ações antrópicas. Os exames sanguíneos, tem relevante papel na clínica de aves, especialmente no monitoramento da saúde das mesmas, sendo a comparação com dados obtidos de populações saudáveis, de valiosa importância para o diagnóstico/prognóstico clínico.
Desta forma os objetivos deste trabalho foram descrever valores hematológicos e bioquímicos para aves de rapina saudáveis recebidas pelos órgãos ambientais em Cuiabá e Várzea Grande/MT. Foram coletadas 71 amostras de 13 diferentes espécies de rapinantes entre novembro de 2018 e novembro de 2019. Os valores hematológicos (n=71) e bioquímicos (n=47) descritivos médios e desvios-padrão foram determinados em seis diferentes espécies utilizando o software Microsoft Excel®, com o suplemento Reference Value Advisor (versão 2.1) e, em outras quatro espécies, os valores apresentados para cada uma desses parâmetros foram somente os observáveis. Das 13 espécies analisadas, valores hematológicos e bioquímicos das espécies Glaucidium brasilianum (3), Herpetotheres cachinnans (1) e Urubutinga urubutinga (1) foram descritas pela primeira vez neste estudo. Os valores dos
parâmetros hematológicos e bioquímicos das demais espécies de vida livre estudadas diferem, em sua maioria, daqueles descritos para rapinantes em condição de cativeiro.

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Efeitos da dorzolamida à 2% na re-epitelização corneal e nos níveis da metaloprotease-9 na lágrima de gatos com úlcera de córnea induzida experimentalmente

Autor: Fábio Dumit Pizzinatto

Categoria(s): 2021, Dissertação

Palavra(s)-chave: ceratite ulcerativa, cicatrização corneal, cloreto de benzalcônio, gatos, glaucoma, inibidor de anidrase carbônica

O presente estudo objetivou determinar se a instilação três vezes ao dia de dorzolamida a 2% altera o tempo de cicatrização da ferida na córnea e a expressão precoce de MMP-9 em lágrimas de gatos com ceratite ulcerativa superficial induzida experimentalmente. Foram utilizados 16 gatos domésticos, com peso e idade 3,08kg (variando: 2,02 a 5,04kg) e 3,2 anos (variando: 1 a 5 anos), respectivamente. Os animais foram distribuídos de forma aleatória em dois grupos com n=8/cada, no qual o grupo tratamento (GT) recebeu 40μL de dorzolamida a 2% (três vezes ao dia) enquanto o controle (GC) recebeu 40μL solução salina, no mesmo período de tempo. Ambos os grupos receberam uma gota de tobramicina 0,3% (quatro vezes ao
dia) até resultado negativo da fluoresceína na córnea. Lágrimas foram coletadas 24 e 48h após a ceratectomia e a MMP-9 total foi quantificada por ELISA. A taxa de reepitelização da córnea nao diferiu entre os grupos (p=0,26) e variou de 0,21 a 0,77 mm2/h. O tempo médio de cicatrização da ferida em córnea não diferiu entre os grupos (p=0,36) e foi de 65,50±3,62h no GC e 71,00±4,58h no GT. A única diferença significativa com relação às dimensões das áreas ulceradas foi observada nas primeiras 24h de avaliação, sendo a área do GC 3,34mm2 maior que a observada no GT (p=0,04). 24h após a ceratectomia, o nível de MMP-0 no GC foi de 6,09±2,62 ng/mL maior quando comparado ao nível de MMP-9 no GT no mesmo momento (p=0,03). Podemos concluir que a instilação de uma solução oftálmica de dorzolamida 2% preservada com cloreto de benzalconio (CB) não prejudicou o tempo de cicatrização da ferida em córnea e a expressão precoce de MMP-9 nas lágrimas de gatos com ceratite ulcerativa superficial induzida experimentalmente. No entanto, nossos resultados justificam uma investigação mais aprofundada de uma solução oftálmica de dorzolamida 2% livre de conservante de CB em um experimento conduzido com uma metodologia semelhante.

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Efeitos do extrato de membrana amniótica comercial no tempo de epitelização e na concentração da mmp-9 lacrimal em gatos com úlcera de córnea induzida experimentalmente

Autor: Bruna Carvalho Silveira

Categoria(s): 2021, Dissertação

Palavra(s)-chave: ceratite ulcerativa, cicatrização, extrato, fatores de crescimento, gato, lágrima

Objetivo do estudo foi investigar se um AME disponível comercialmente pode acelerar a cicatrização de feridas na córnea e suprimir a expressão precoce de MMP-9 nas lágrimas de gatos com ceratite ulcerativa superficial induzida experimentalmente. Ao final da ceratectomia, os gatos do grupo de tratamento (TG, n = 8) receberam 40 μL de AME (EyeQ ® Amniótico Colírio, Vetrix ®) quatro vezes ao dia, enquanto os gatos do grupo controle (CG, n = 8) recebeu 40 μL de solução salina nos mesmos momentos. As lágrimas foram coletadas 24 e 48h após a ceratectomia, e a MMP-9 total foi quantificada por ELISA. A taxa de reepitelização corneana não diferiu entre os grupos (P = 0,26) sendo 0,48 ± 0,05 mm 2 / h no GC e 0,41 ± 0,03 mm 2 / h no GT. Da mesma forma, o tempo médio para atingir a cicatrização da ferida na córnea não diferiu entre os grupos (P =
0,25) e foi de 61,50 ± 3,54 h no GC e 70,50 ± 6,71 h no GT. As dimensões das áreas ulceradas também não diferiram em nenhum momento entre os grupos (P> 0,05). Em ambos os grupos, as córneas cicatrizaram sem cicatrizes, pigmentação ou vascularização. A expressão de MMP-9 nas lágrimas foi semelhante em ambos os grupos 24 horas após a ceratectomia, com uma leve diminuição em 48 horas (P>0,05).
O presente estudo indicou que a instilação de um AME comercial (EyeQ ®) é segura, mas não diminuiu o tempo de reepitelização da córnea e a expressão precoce de MMP-9 nas lágrimas de gatos com ceratite ulcerativa superficial induzida experimentalmente. Portanto, nossos resultados justificam uma investigação mais aprofundada do EyeQ ® em um ambiente clínico com gatos apresentando diferentes tipos de úlceras de córnea que ocorrem naturalmente.

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Frequência e variabilidade genética de Giardia duodenalis em cães do município de Cuiabá – Mato Grosso, Brasil.

Autor: Yolanda Paim Arruda Trevisan

Categoria(s): 2020, Dissertação

Palavra(s)-chave: Caracterização molecular, Doença veiculada pela água, Genotipagem multilocus

Giardia duodenalis é um protozoário unicelular, eucarioto e flagelado. Duas formas evolutivas são observadas no ciclo de vida: trofozoíto e cisto, sendo o cisto a forma infectante. Este protozoário é responsável por causar quadros de diarreia em humanos, cães, gatos, roedores e animais ungulados. Apesar de serem morfologicamente iguais, os isolados de G. duodenalis escondem grande diversidade genética e dificultam a estabilidade e unanimidade da classificação taxonômica. Até o momento foram identificados oito assemblages denominados de A-H. Atualmente, a genotipagem multilocus é utilizada para a identificação molecular das espécies e/ou genótipos de Giardia. Com o objetivo de identificar a frequência de G. duodenalis nas
fezes de cães domiciliados no município de Cuiabá, Mato Grosso, e caracterizar a variabilidade genética das amostras positivas, foram coletadas amostras de fezes de 147 cães. Para realização de triagem, todas as amostras foram submetidas ao exame de centrífugo-flutuação para visualização em microscopia. De todas as amostras coletadas, 26 cães estavam infectados por parasitos intestinais, sendo 38% (10) acometidos por G. duodenalis. A frequência de G. duodenalis em cães foi de 6,8%.
Outros parasitos foram observados, como Cystoisospora sp. (15%) e Entamoeba sp. (2%), além dos nematoides Ancylostoma sp. (27%), Trichuris sp. (2%) e Toxocara sp. (1%). As amostras positivas para G. duodenalis foram submetidas à extração de DNA para realização da Reação em Cadeia pela Polimerase dos genes triosefosfato isomerase (tpi) e glutamato desidrogenase (gdh) para amplificação do fragmento de 530 e 659 pb, respectivamente, para caracterização genotípica. A análise dos fatores de risco para os cães infectados por G. duodenalis., não foi significativa quanto à sexo,
raça, idade, presença de diarreia e dieta. Somente cães com contactantes foram significativamente positivos para giardíase. Após análise molecular dos isolados de G. duodenalis, apenas três amostras amplificaram fragmento do gene tpi apresentando 100% de identidade com Assemblage C. Para análise genética das sequências, foi construído a árvore filogenética a partir das sequências concatenadas dos genes gdh
e tpi para determinar o assemblage com maior precisão. A amostra identificada neste estudo ficou agrupada no mesmo clado do assemblage C corroborando com a sequência obtida pelo tpi. A genotipagem multilocus é o método mais confiável para determinar os assemblages de G. duodenalis, uma vez que discrepâncias entre os locus de um mesmo isolado podem ocorrer devido a infecções mistas e/ou heterozigose.

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Cateterização uretral após indução farmacológica para coleta de sêmen em cães.

Autor: Antonio Henrique Kuczmarski

Categoria(s): 2020, Dissertação

Palavra(s)-chave: alfa-2 adrenérgico, canidae, indução ejaculatória, reprodução

Os agentes alfa adrenérgicos influenciam a ereção e a ejaculação, sendo o reflexo ejaculatório o principal evento mediado por receptores alfa adrenérgicos. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi descrever a coleta farmacológica de sêmen pela técnica de cateterismo uretral em cães domésticos utilizando a associação dexmedetomidina (Dexdomitor, Zoetis, Finlandia) e cetamina (Ketalex, Vencofarma, Brasil). Para a determinação da dose, a coleta de sêmen foi realizada com doses crescentes de dexmedetomidina (5μg / kg, n = 2; 10μg / kg, n = 2 e 15μg / kg, n = 2) associadas a
3mg / kg de cetamina em seis animais. Uma vez estabelecida a dose, foi realizada a coleta adicional de sêmen com 15μg / kg de dexmedetomidina e 3mg / kg de cetamina em nove cães. Após o procedimento, volume espermático (0,087 ± 0,027 mL), motilidade total (60,5 ± 8,08%), vigor (1,9 ± 0,28), concentração espermática (2458 ±1303,44 x 106 espermatozoides / mL), integridade de membrana plásmatica (84,2 ±13,97%), integridade acrossomal (75,2 ± 18,83%) e morfologia normal dos espermatozóides (57,35 ± 6,49%) foram avaliados. De acordo com os resultados apresentados, este estudo demonstra que a coleta de sêmen por cateterismo uretral após estimulo farmacológico utilizando a associação dexmedetomidina-cetamina pode ser realizada em cães, permitindo obter sêmen apto à aplicações em
biotecnologias, apesar da contaminação por urina.

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Avaliação cardiológica e laboratorial de felinos com Obstrução uretral

Autor: Darlan Henrique Canei

Categoria(s): 2020, Dissertação

Palavra(s)-chave: Acidose metabólica, Arritmia, Azotemia, Doença do trato urinário inferior, Hipercalemia, Troponina

A obstrução uretral (OU) é uma condição comum na clínica de felinos. A diminuição da filtração glomerular desencadeia graves distúrbios acidobásicos e eletrolíticos alterando o potencial de membrana atrioventricular, acarretando arritmias e fibrilação. Já foi documentado que várias doenças não cardíacas podem causar dano no miocárdio em humanos, cães e gatos, desta maneira, objetivou-se avaliar a evolução clínica, laboratorial e eletrocardiográfica, além de mensurar o dano miocárdico através da dosagem de troponina I cardíaca (cTnI) de felinos com obstrução uretral. Foram
selecionados 33 felinos de diferentes idades e raças com o diagnóstico de OU. Os animais foram acompanhados por sete dias e avaliados conforme parâmetros clínicos, bioquímicos, hemogasométricos, eletrocardiográficos, de pressão arterial e através da dosagem de cTnI em três períodos (momento da admissão, dia 2 e dia 7). A análise da urinálise dos pacientes foi realizada no momento da admissão. A população felina tinha idade (média ± desvio padrão) 1,83 ± 1,58 anos. Dentre os parâmetros clínicos apresentados no momento da admissão, os mais comuns foram estrangúria, polaciúria, vocalização, apatia e estupor, e dentre as variáveis laboratoriais analisadas, creatinina, nitrogênio ureico sanguíneo, glicose, fósforo, excesso de base (BE), HCO3 e potássio sérico diminuíram significativamente (p≤0,05), enquanto o cálcio iônico e o pH sanguíneo aumentaram significativamente (p≤0,05) de acordo com os tempos. A média e desvio padrão da densidade urinária e pH foram de 1,027±0,01, e 7,37±0,81, respectivamente. Houve presença de sangue oculto (100%), proteinúria (96,15%) e glicosúria (19,23%) nos pacientes avaliados, além de cristais de estruvita em 19,23% e fosfato amorfo em 3,84%. No eletrocardiograma, ondas Tapiculadas e elevação do segmento ST foram observadas em 21/33 (63,63%) dos felinos afetados, arritmias foram observadas em 9/33 (27,27%) gatos e 2/33 (6,06%) exibiram complexos ventriculares prematuros no momento da admissão, obtendo normalização nos dias sequentes. A dosagem da cTnI verificou que 93,75% (15/16) dos felinos com OU não apresentaram indícios de lesão miocárdica clinicamente relevante e um felino apresentou elevações significativas deste biomarcador nos tempos D1, D2 e D7 (0,866ng/mL, 0,688ng/mL e 0,625ng/mL, respectivamente). Com este estudo verificamos que as alterações cardiovasculares ocorrem em conjunto com modificações metabólicas e são amenizadas após a estabilização do quadro clínico.
Apesar de não ter sido observado evidências de lesões cardíacas na maioria dos felinos avaliados, a elevação da cTnI em um felino esteve fortemente correlacionada com o grau de azotemia e hipercalemia por ele desenvolvido. Observamos também que anormalidades eletrolíticas como a acidose metabólica, hipercalemia, hiperglicemia e hiperfosfatemia, agravam o estado clínico e cardiovascular desses pacientes, sendo possível, com este estudo, identificar e monitorar alterações metabólicas que podem induzir a graves comprometimentos cardiovasculares em felinos com OU.

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