Erliquiose Monocítica Canina: inquérito molecular no Pantanal Mato-grossense e avaliação de biomarcadores renais

Autor: Mariana Elisa Pereira

Categoria(s): 2023, Tese

Palavra(s)-chave: Doença transmitida por vetores, Hemoparasitose, Injúria renal, NGAL

A erliquiose monicítica canina (EMC) é uma doença causada pela bactéria gram-negativa intracelular obrigatória Ehrlichia canis. A transmissão ocorre pelo carrapato Rhipicephalus sanguineus sensu lato durante o repasto sanguíneo em cão infectado ou pela transfusão sanguínea. A doença pode manifestar-se de forma aguda, subclínica ou crônica e os sinais clínicos variam de inaparentes a severos a depender de fatores como respostas imunológicas individuais, tamanho do inóculo, coinfecções e estado geral do animal. Esta pesquisa foi executada em duas etapas e os objetivos
foram: 1) determinar a prevalência molecular e os fatores de risco associados à infecção por E. canis em cães domiciliados em município do Pantanal Mato-grossense (Barão de Melgaço); 2) avaliar a função renal em cães com EMC atendidos no HOVET-UFMT – Campus Cuiabá por meio dos biomarcadores urinários lipocalina associada à gelatinase de neutrófilos (NGAL) e molécula de injúria renal 1 (KIM-1), da ureia, creatinina, densidade urinária, relação proteína: creatinina urinária (UPC); comparar a proporção de proteinúria mista (alto e baixo peso molecular) com proteinúria de alto peso molecular em cães, assim como ao título de anticorpos dos cães com EMC. A prevalência em Barão de Melgaço, Pantanal Mato-grossense da infecção por E. canis em cães foi de 42,5% e nenhuma das variáveis apresentou associação significativa com a positividade da PCR (p > 0,05). Os sinais clínicos não foram associados à infecção por E. canis provavelmente porque vários cães estavam na fase subclínica ou apresentavam sinais clínicos de outras doenças endêmicas na região. Na segunda etapa, para análise da função renal de trinta cães doentes, naturalmente infectados com EMC (PCR positivo), e seis cães saudáveis (grupo controle), foram mensurados e apresentaram associação significativa: eritrócitos, hematócritos, hemoglobina, fósforo, ureia, creatinina, densidade urinária, relação proteína creatinina urinária e concentração urinária de NGAL (uNGAL). O aumento de NGAL, fósforo, ureia, creatinina e UPC e a diminuição da densidade urinária (USG) demonstrou dano renal em cães com EMC. A uNGAL se elevou mesmo quando a concentração sérica de ureia e creatinina estava inalterada, fato que demonstra a importância desse biomarcador na detecção precoce de doença renal. Já a KIM-1 não apresentou aumento significativo, sugerindo estudos adicionais para investigar o comportamento da KIM-1 na EMC.

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