O presente estudo objetivou determinar se a instilação três vezes ao dia de dorzolamida a 2% altera o tempo de cicatrização da ferida na córnea e a expressão precoce de MMP-9 em lágrimas de gatos com ceratite ulcerativa superficial induzida experimentalmente. Foram utilizados 16 gatos domésticos, com peso e idade 3,08kg (variando: 2,02 a 5,04kg) e 3,2 anos (variando: 1 a 5 anos), respectivamente. Os animais foram distribuídos de forma aleatória em dois grupos com n=8/cada, no qual o grupo tratamento (GT) recebeu 40μL de dorzolamida a 2% (três vezes ao dia) enquanto o controle (GC) recebeu 40μL solução salina, no mesmo período de tempo. Ambos os grupos receberam uma gota de tobramicina 0,3% (quatro vezes ao
dia) até resultado negativo da fluoresceína na córnea. Lágrimas foram coletadas 24 e 48h após a ceratectomia e a MMP-9 total foi quantificada por ELISA. A taxa de reepitelização da córnea nao diferiu entre os grupos (p=0,26) e variou de 0,21 a 0,77 mm2/h. O tempo médio de cicatrização da ferida em córnea não diferiu entre os grupos (p=0,36) e foi de 65,50±3,62h no GC e 71,00±4,58h no GT. A única diferença significativa com relação às dimensões das áreas ulceradas foi observada nas primeiras 24h de avaliação, sendo a área do GC 3,34mm2 maior que a observada no GT (p=0,04). 24h após a ceratectomia, o nível de MMP-0 no GC foi de 6,09±2,62 ng/mL maior quando comparado ao nível de MMP-9 no GT no mesmo momento (p=0,03). Podemos concluir que a instilação de uma solução oftálmica de dorzolamida 2% preservada com cloreto de benzalconio (CB) não prejudicou o tempo de cicatrização da ferida em córnea e a expressão precoce de MMP-9 nas lágrimas de gatos com ceratite ulcerativa superficial induzida experimentalmente. No entanto, nossos resultados justificam uma investigação mais aprofundada de uma solução oftálmica de dorzolamida 2% livre de conservante de CB em um experimento conduzido com uma metodologia semelhante.
Dissertações