O Estado de Mato Grosso possui uma vasta dimensão territorial, com grande abundância e diversidade de espécies e habitats, contudo pouco se sabe sobre a epidemiologia das doenças que acometem os animais silvestres, incluindo as zoonóticas. Os animais silvestres podem servir como reservatórios para diferentes agentes infecciosos, havendo um grande potencial para pesquisas aplicadas, cuja literatura ainda é bastante escassa. Diante disso, foi realizada a detecção molecular de protozoários da família Sarcocystidae a partir de fragmentos teciduais do coração (n=158) obtidos de animais silvestres de vida livre atropelados nas rodovias estaduais e/ou federais do estado de Mato Grosso e animais de cativeiro encaminhados ao
Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso (HOVET/UFMT). A técnica de reação em cadeia pela polimerase (PCR) foi utilizada objetivando-se à amplificação do gene RNA ribossômico 18s para a detecção de protozoários da família Sarcocystidae e sequenciamento dos produtos amplificados. No total, 31% (30/158) animais foram positivos, porém, devido a qualidade do DNA algumas amostras não foram sequenciadas. Dessa forma, 36%(11/30) foram identificadas como Sarcocystis sp. e 30% (9/30) positivas para Toxoplasma gondii. Os resultados obtidos indicam a presença do parasito em animais silvestres e a possibilidade de realizar a detecção molecular dos protozoários a partir de fragmentos teciduais (coração). Este é o primeiro relato de Sarcocystis spp. infectando Aotus infulatus, Ara macao, Chelonoidis carbonaria, Crotophaga mayor, Lontra longicaudis, Sciurus aestuans de vida livre.
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