A resistência antimicrobiana originada a partir das infecções nosocomiais ocupam a quarta maior causa de óbitos no Brasil e até 2050 o número de mortes por ano pode chegar a 10 milhões em todo o mundo. O uso intensivo e indevido dos antimicrobianos resulta no surgimento de resistência em vários patógenos, reduzindo as possibilidades para o tratamento de infecções, especialmente entre agentes nosocomiais de importância clínica. Serratia marcescens vem se apresentando de forma notória por sua crescente resistência antimicrobiana e potencial para causar surtos em ambientes hospitalares. O objetivo deste trabalho foi estabelecer a presença de genes de resistência e fatores de virulência em S. marcescens causadores de um surto em um hospital terciário em Cuiabá-Mato Grosso, Brasil, por meio do teste de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) e posterior sequenciamento completo do genoma (Whole Genome Sequecing – WGS) para a caracterização de amostras clonais e confirmação do surto. O perfil fenotípico evidenciou amostras resistentes a múltiplas drogas (MDR), sensíveis apenas à duas classes antimicrobianas das dez testadas. Genotipicamente, os resultados indicaram uma variedade de fatores de virulência e resistência, demonstrando a diversidade de contextos genéticos em que esses genes podem estar inseridos. O sequenciamento identificou mais de 20 genes de resistência e virulência
como Carbapenemases, β- lactamases, enzimas que hidrolizam aminoglicosídeos e bombas de efluxo, detectadas em todas as amostras. Devido a similaridade genotípica e aos dados obtidos no WGS, constatou-se que os dez isolados de S. marcescens são clonais, confirmando o surto.
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