No estado de Mato Grosso, nos municípios de Cáceres e Araguaiana há áreas de interface entre aves migratórias e de subsistência. A circulação dos vírus da influenza aviária (AIV), doença de Newcastle (NDV), metapneumovirus aviário (aMPV) e da bronquite infecciosa aviária (IBV) é desconhecida nesses locais devido à escassez de estudos. Este trabalho teve como objetivo realizar inquérito soro epidemiológico em aves domésticas de subsistência para estes agentes que causam prejuízos econômicos e sociais na avicultura comercial mundialmente. Infecções por AIV e NDV foram avaliadas por meio dos testes de ELISA, Inibição da Hemaglutinação e RT-PCR em tempo real em amostras de soro, suabes de cloaca e traqueia de 1.068 aves, entre galinhas, codornas, perus, patos e gansos. Para aMPV e IBV foram analisadas 623 amostras de soro de galinhas por ELISA. A frequência de aves soropositivas ao ELISA para AIV, NDV, aMPV e IBV em Araguaiana foram de 0,7%, 23%, 85% e 69% respectivamente; enquanto em Cáceres a frequência foi de 0,8%, 43,5%, 88,5% e 70%, respectivamente. Somente em Cáceres houve um pato (0,6%) positivo ao HI para NDV. Não houve amostras reagentes ao PCR para AIV e NDV. A análise espacial detectou a presença de aglomeração entre as propriedades com aves soropositivas ao NDV na zona urbana de Cáceres, sugerindo a participação dessa área na manutenção ou disseminação do virus. Este estudo evidenciou infecção por patógenos virais, em aves de subsistência nas regiões de sítio de aves migratórias no estado de Mato Grosso demonstrando a importância dessas aves como fontes de infecção para outras aves.
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