Os carcinomas de tireoide são uma forma comum de neoplasia endócrina em cães. No presente estudo, combinamos a análise histopatológica com marcação imunohistoquímica para o receptor de estrógeno alfa (REα), Cox-2 e Ki-67 em carcinomas de tireoide canino. Relatórios de biópsia de 2014 a 2016 do Laboratório de Análises Veterinárias – VETPAT, Campinas, São Paulo, foram revisados, sendo relacionados 48 carcinomas da tireoide durante o período do estudo. Dados sobre idade, sexo e raça dos cães afetados e diagnóstico histomorfológico das neoplasias, incluindo comportamento histológicos (presença ou ausência de invasão vascular, capsular e em tecidos adjacentes, pleomorfismo celular e também sobre ocorrência de hemorragia e necrose foram selecionados e avaliados. A proporção entre machos e fêmeas foi similar; a maioria dos animais (16,70%) foi de raça mista (SRD), seguida de raça pura Beagle (12,50%) e Boxer (10,42%). Um total de 68,75% dos cães era mais velho. A imunohistoquímica (IHQ) com tireoglobulina e a com calcitonina puderam distinguir entre tumores da tireoide de origem folicular e medular (célula C), respectivamente. A avaliação por IHQ mostrou que 42 (87,50%) das neoplasias eram carcinoma folicular, sendo mais frequente o padrão folicular- compacto (20/42; 47,62%) e 6/42 (12,50%) eram carcinomas medulares. Ambos os carcinomas medulares e foliculares expressaram Ki-67 e Cox-2. Não foram observadas diferenças entre os carcinomas medulares e foliculares e os marcadores Ki-67 (p = 0,34) e Cox-2 (p = 0,9523). Um total de 4,17% (n = 2/48) dos carcinomas da tireoide mostrou marcação nuclear positiva para REα indicando que a atividade do estrógeno não é fator importante na ocorrência neoplasia tireoidiana canina.
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