Pseudomonas aeruginosa é uma bactéria onipresente, muito isolada em infecções nosocomiais que possui uma resistência intrínseca a drogas, por
alterações de permeabilidade da membrana, efluxo ativo de antibióticos, secreção de fatores de virulência além de secreção de enzimas β-lactamases
que podem ser transmitidas através de elementos genéticos móveis como as metalo-beta-lactamase (MBL) IMP, VIM, NDM, SIM, SPM e β-lactamases não
metalogênicas como a KPC. Relatos de P. aeruginosa multirresistentes a drogas (MDR) produtoras de carbapenemases do tipo MBL e carbapenemase KPC-2
em isolados de humanos e animais geram grande preocupação. O objetivo deste trabalho foi detectar os genes de virulência aprA, lasA, lasB, plcH, plcN, toxA e algD, os genes de resistência blaIMP-1, blaSPM-1, blaVIM-2, blaNDM-1 e blaKPC-2 e determinar o grau de resistência a antimicrobianos dos isolados de Pseudomonas aeruginosa de animais silvestres atendidos no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso. Nos 27 isolados testados, foram detectados os genes de virulência: aprA (16/27 – 59,3%), lasA (18/27 – 66,7%), lasB (20/27 – 74,1%), plcH (17/27 – 62,9%), plcN (23/27 – 85,2%) e toxA (21/27 – 77,8%) e os genes de resistência: blaVIM-2 (2/27 – 7,4%), blaNDM-1 (5/27 – 18,5%) e blaKPC-2 (11/27 – 40,7%). A taxa de resistência antimicrobiana nas amostras foi: Cefepime (CPM) 85,2%, Amicacina (AMI) 77,8%, Ciprofloxacino (CIP) 70,4%, Meropenem (MER) 51,8%, Piperacilina/Tazobactam (PPT) 44,4% e Imipenem (IMP) 29,6%. Esses dados alertam para o problema de resistência e contribuem para saúde única e traz dados inéditos como a detecção dos genes blaKPC-2 e blaNDM-1 em P. aeruginosa de animais silvestres no Brasil. O gene blaKPC-2 teve maior prevalência, dentre os carbapenêmicos, gerando preocupação, principalmente na fauna silvestre, que possui isolados com multirresistência a drogas, possivelmente por genes adquiridos de forma ambiental.
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