Objetivou-se determinar a concentração do inibidor tecidual de metaloprotease-1 TIMP-1) e do ácido hialurônico (AH) em membranas amnióticas (MAs) caninas criopreservadas por diferentes períodos. Os resultados de defeitos corneais de cães reparados com MAs armazenadas por diferentes períodos também foram avaliados. Dez MAs foram utilizadas em meio modificado de Dulbecco e glicerina (1:1) a −80°C. As MAs foram criopreservadas por curto (estocadas por 2-50 dias), médio (92-210 dias), ou longo prazo (256-357 dias). A TIMP-1, e o AH foram quantificados por ELISA. Registros de 21 olhos de cães submetidos ao transplante de MA para reparar perfurações ou ulcerações corneais foram revisados. Os dados obtidos entre as avaliações das MAs das doadoras e os resultados clínicos foram comparados estatíticamente entre os períodos. Possíveis correlações entre os tempos de estocagem e com os resultados obtidos nos olhos reparados com MAs de diferentes períodos também foram avaliados (P<0,05). Os níveis do TIMP-1 foram maiores comparando-se, MAs estocadas a curto prazo com as de médio (p=0,02) e a longo prazo (p=0,0009). As concentrações de AH não diferiram entre os tempos de estocagem (p=0,18). As concentrações do TIMP-1 se correlacionaram negativamente com o tempo de estocagem (r=-0,65; p<0,0001), enquanto que as de AH não (r=-0,15; p=0,41). Defeitos reparados com MAs estocadas a curto prazo se epitelizaram mais cedo que aqueles reparados com MAs estocadas a médio (p<0,01) e longo prazo (p=0,02). Ademais, observou-se correlação entre a concentração de TIMP-1 e a epitelização corneal (r=0,62; p=0,002). A opacidade corneal foi considerada moderada em 55% dos casos. Todavia, observou-se correlação negativa entre opacidade corneal e a concetração de AH nas MAs (r=-0,47; p=0,03). Boa visão foi observada em mais pacientes com úlceras profundas e descemetoceles que em olhos com perfuração (p=0,004). Diante dos resultados, conclui-se que a concentração da TIMP-1 de MAs caninas diminuem significativamente em um ano, enquanto que as de AH não se alteram. Defeitos corneais complicados reparados com MA criopreservadas por curto prazo cicatrizam mais cedo e tendem a serem mais transparentes, porém, resultados variando de satisfatório a ótimo são obtidos em olhos reparados com MAs preservadas a médio e longo prazo.
Dissertações