Isolamento e genotipagem de toxoplasma gondii de animais domésticos, animais silvestres e humanos do estado de Mato Grosso, Brasil

Autor: Rute Witter Franco

Categoria(s): 2021, Tese

Palavra(s)-chave: Bioensaio, Camundongo Suíço, PCR-RFLP, Toxoplasmose

Os estudos envolvendo a variabilidade genética de Toxoplasma gondii são importantes, pois podem sugerir diferenças na patogenicidade de cada cepa e auxiliar no conhecimento da epidemiologia da infecção. Assim, o presente trabalho teve como objetivo isolar T. gondii por meio do bioensaio em camundongo e descrever a diversidade genética de cepas isoladas de animais domésticos, animais silvestres e humanos no estado de Mato Grosso. Para isso, fragmentos de amostras de tecidos (coração, cérebro e pulmão) de 04 gatos, 35 cães, 115 animais silvestres, e líquido amniótico de 08 mulheres gestantes, além de amostras de tecidos (coração e cérebro) de 153 galinhas de criação livre foram coletados de agosto de 2017 a dezembro de
2019 e submetidos ao bioensaio em camundongos. No total, foram obtidos 01 isolado de gato, 09 de cães, 10 de animais silvestres e 02 de mulheres de cinco municípios do Estado do Mato Grosso, além de 51 isolados de galinhas de seis municípios do mesmo Estado, os quais foram submetidos ao processo de extração de DNA. As amostras de DNA extraídos foram provenientes dos pulmões e/ou cérebros de camundongos infectados e de “amostras primárias” (alíquotas de homogeneizados de tecidos de animais silvestres e fluidos amnióticos de mulheres gestantes que não obtiveram sucesso no isolamento) com o kit comercial DNeasy® Blood & Tissue®. O DNA foi submetido à Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) visando a amplificação de um fragmento de DNA repetitivo de 529 pares de bases do genoma de T. gondii. Todas as amostras positivas na PCR foram genotipadas pela técnica de análise de polimorfismo de comprimento de fragmento de restrição (RFLP) com 11 marcadores [SAG1, SAG2 (5’3′SAG2 e alt. SAG2), SAG3, BTUB, GRA6, c22-8, c29-2, L358, PK1, Apico e CS3]. Relatamos pela primeira vez isolados de T. gondii por meio do bioensaio em Crax fasciolata (Mutum de Penacho), Dasyprocta azarae (Cutia) e Leopardus pardalis (Jaguatirica). Além disso, a PCR-RFLP de todas as amostras analisadas revelaram 21 genótipos de T. gondii, sendo 14 descritos anteriormente, incluindo #2 tipo III (n = 1), #6 tipo BrI (n = 5), #8 tipo BrIII (n = 12), #11 (n = 3), #14 (n = 3), #19 (n = 1), #41 (n = 2), #99 (n = 1), #108 (n = 1), #109 (n = 4), #116 (n = 1), #140 (n= 4), #166 (n = 13), #190 (n = 2), e sete novos genótipos, além de seis isolados com infecção mista. Os dados são apresentados em separado por artigo no tópico resultados. Destacamos a presença de infecção pelo mesmo genótipo (#14 e #166) em humanos, cães domésticos, galinhas de criação livre e animais silvestres sugerindo fonte de infecção comum no ciclo biológico. Esses resultados confirmam a alta diversidade de cepas de T. gondii em Mato Grosso, sugerindo uma importância aos genótipos #166 e #8 para a região, pois foram os mais observados nas amostras analisadas.

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