Investigação de Trypanossoma caninum em cães de municípios das regiões do cerrado e pantanal no brasil

Autor: Arlyson Sousa Ferreira

Categoria(s): 2023, Dissertação

Palavra(s)-chave: cão, cultura, Pele, qPCR, Trypanosoma

Trypanosoma caninum (T. caninum) foi identificado e relatado em diferentes regiões do Brasil pelo isolamento da pele íntegra de cão, crescimento em cultura axenica e posterior detecção molecular e sequenciamento. No entanto, são necessários métodos diagnósticos mais sensíveis que utilizem alvos específicos para estimar a frequência real da infecção. Este estudo visou detectar e quantificar a carga parasitária de T. caninum em amostras de pele íntegra, sangue e linfonodos de cães em diferentes municípios, localizados na região centro-oeste do Brasil, utilizando a técnica de PCR quantitativo com alvo específico para T. caninum e cultura parasitológica. Dos 349 cães analisados, 54 (15,5%) foram positivos, independente da técnica utilizada. A infecção por T. caninum ocorreu em todos os municípios, com uma elevada frequência notificada em Várzea Grande (66,7%). A frequência de T. caninum foi estatisticamente associada à infecção por leishmaniose visceral (p = 0,02). A cultura parasitológica e o PCR quantitativo foram positivos em 1,4% e 14% dos cães, respectivamente. Foi encontrado DNA do parasito na pele, linfonodo e sangue em 10%, 3,7% e 1,7% dos cães, respectivamente. A carga parasitária média de T. caninum foi mais elevada em amostras de pele, seguida por linfonodo e sangue, sem diferença significativa (p = 0,06). A infecção por T. caninum foi superior às encontradas anteriormente, ressaltando que a frequência
desse parasito seja subestimada. Nenhum fator de risco foi associado à infecção (p > 0,05), mas os cães com leishmaniose visceral tinham um risco 2,2 maior de infecção pelo parasito do que os cães sem a doença. A carga do parasito nas amostras biológicas foi considerada baixa, contudo, a pele apresentou maior número de cópias de DNA, reforçando a predileção por este sítio e a baixa ocorrência de alterações clínicas nos cães infectados.

Clique aqui e veja a dissertação completa