Mídias digitais para o ensino de História nos anos finais do Ensino Fundamental é tema do trabalho da estudante Taís Marcelina Silva do curso de Especialização em Mídias Digitais para Educação da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). A pesquisa foi realizada na Escola Estadual Senador Filinto Muller, na cidade de Barra do Garças-MT, e apontou para estratégias que contribuem para tornar o ensino mais atrativo e dinâmico.
Taís Marcelina Silva é professora da rede pública estadual de ensino, e conta que com a pandemia do Covid-19 a urgência por tecnologias para continuação das suas aulas contribuiu para que ela pudesse agregar novas formas de compartilhar o conhecimento ao seu cotidiano.
“Essa especialização veio ao encontro da necessidade de acompanhar o ritmo dos estudantes, que estão cada vez mais conectados. Minha pesquisa me oportunizou enxergar o processo educativo com outros olhares, buscando de fato trazer as mídias digitais para tornar as aulas mais atrativas”, complementa a professora.
Ao todo participaram da pesquisa 86 estudantes das turmas do oitavo e nono anos do Ensino Fundamental. Por meio de questionários, aplicados em dezembro de 2021, foram mapeados os perfis de acesso à internet desses alunos, as fontes e sites que mais utilizavam, analisando a importância da internet na realização de pesquisas e trabalhos escolares.
Os dados revelaram que 90% dos alunos possuem acesso à internet em suas residências, e do universo dos pesquisados, 70% utilizam a internet para realizar seus trabalhos escolares. Em entrevista, um dos estudantes relatou que acessa apenas sites confiáveis para buscar dados para seus estudos. Diante desse fato, Taís Marcelina Silva discutiu sobre a importância de levar para sala de aula assuntos como plágio e fontes confiáveis de pesquisas para que os alunos conheçam os limites e cuidados no uso das mídias.
Desigualdade social afeta acesso a conteúdo
A pós-graduada e professora conta que a desigualdade social ainda é uma realidade entre os pesquisados. Os dados mostraram que 10% dos estudantes não possuem acesso à internet em casa, e 30% não utilizam a internet para realizar trabalhos e pesquisas escolares.
“Durante a pandemia os alunos que não possuíam aparelhos celulares ou notebooks, realizaram as atividades propostas pela escola, por meio de apostilas que disponibilizamos na escola”, comenta a professora.
Com as aulas no modo presencial, a utilização do laboratório de informática equipado com computadores e internet, bem como o uso do datashow tornaram-se mais corriqueiros para trabalhar os conteúdos das aulas. Uma das estudantes comenta que ter acesso às linhas do tempo animadas nas aulas de história bem como ter a opinião de diferentes pessoas a respeito de determinado fato histórico é realmente enriquecedor.