História

NuPES: da criação à retomada 

 

por João O. F. Maciel, José M. C. Marta, Adriano M. R. de Figueiredo, Charline 

Dassow e Carla C. R. de Almeida 

 

 

Escrever uma História de um órgão, ou instituição, é sempre algo pretencioso e vai além da capacidade literária de construir uma narrativa sobre um determinado período ou de um setor pretendido. Para efeito de uma memória do NuPES – Núcleo de Pesquisas Econômicas e Sociais, é importante lembrar de dois aspectos fundamentais que certamente contextualizaram a criação no antigo NPE – Núcleo de Pesquisas Econômicas: a inflação que tomava conta da economia brasileira nos anos oitenta e a questão da extensão como atividade componente da Universidade, especialmente na UFMT, voltada aos interesses sociais. No início da década de 1980, a inflação fugia ao controle do Governo Brasileiro, seu crescimento fora notado em Cuiabá por Leonardo Slhessarenko, professor do Departamento de Economia, quando teve a iniciava de fundar o NPE tentando estruturar uma pesquisa de Custo de Vida. O projeto tinha como finalidade o cálculo do Índice de Custo de Vida (ICV) das áreas urbanas de Cuiabá e Várzea Grande.  

A divulgação do índice com a sigla ICV/NPE obteve, de imediato, significativa aceitação pela imprensa escrita e falada da Capital do Estado. A confiabilidade no indicador e seu reconhecimento social dado pela imprensa, permitiu a utilização do ICV por diferentes entidades como referência para políticas de reajustes de preços, dentre elas órgãos públicos, sindicatos patronais e de trabalhadores, federações das indústrias e do comércio e pelo setor privado local. 

 

 

Registro fotográfico da assinatura de Convênio com Prefeito Dante Martins de Oliveira (ao centro),  

para o desenvolvimento do projeto ICV. 

Tela de celular com publicação numa rede social

Descrição gerada automaticamente 

Fonte: UFMT (2011). Disponível em https://www.ufmt.br/ndihr/publicacoes/pub-3.pdf 

 

 

Ao assumir o Núcleo, o professor João O. F. Maciel, conseguiu um espaço maior no prédio do antigo CCS – Centro de Ciências Sociais. Percebeu-se a necessidade de modificar a estrutura básica da pesquisa e a entrada de processos mais céleres de cálculo, com as inovações que ocorriam na Sociedade. A pesquisa necessitava de aporte tecnológico: programas de computadores que dessem agilidade ao processo de sistematização dos dados obtidos. Esse trabalho iniciado com o professor Maciel, tinha o mérito não apenas de obter espaço e conforto, mas, também a ampliação do quadro de pessoal o que permitiria ampliar a pesquisa, além daqueles voluntários que atuavam no “projeto”. 


 

Reportagem do Jornal O Estado de Mato Grosso, sobre os resultados da pesquisa ICV, 1984. 

 

 

 

 

O Núcleo passou a integrar a estrutura da UFMT a partir de fevereiro de 1992, com a aprovação da Reforma Administrativa, ocasião em que foi criada a Faculdade de Administração, Economia e Ciências Contábeis – FAECC, incluindo o NPE como subunidade desta. Na nova estrutura, o Núcleo estava sob a responsabilidade do Professor João Maciel, o qual contava com o apoio do técnico administrativo Rubens Ribeiro Araújo, pioneiro no projeto do ICV e responsável pelos trabalhos da equipe de campo e do técnico Silas Ferreira, responsável pela área de informática, entre outros colaboradores. Em 1999, o professor Benedito Dias Pereira elaborou um novo regimento, passando a denominar-se Núcleo de Pesquisas Econômicas e Sociais, representando uma alternativa independente de realizar pesquisas dentro da FAECC, pois contava com uma sala exclusiva, apoio financeiro de órgãos externos à universidade, técnicos-administrativos lotados, como Ricardo Realino (in memoriam), Ernani Lucio Pinto de Souza e estagiários. Em outubro de 2002, o prof. Adriano Marcos Rodrigues Figueiredo foi eleito Coordenador do NuPES, permanecendo no cargo até março de 2006. A partir de 2002, a pesquisa do ICV enfrenta a redução do número de bolsistas para coleta dos dados, além de atraso na atualização da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) de 2002-2003, liberada em fins de 2004. Assim, mesmo sob forte debate entre paralisar ou não a pesquisa, predominou o julgamento técnico de que, diante da realização de coleta de dados em poucos estabelecimentos e uma base de ponderação defasada, não seria possível garantir a qualidade da pesquisa de ICV. 

 

 

 

Reportagem da Gazeta Digital, 17/12/2003. Disponível em 

 

 

Após 2004, os esforços foram em grande parte destinados à proposta de criação da Faculdade e do Programa de Mestrado em Agronegócios e Desenvolvimento Regional. O Núcleo cuidava principalmente das pesquisas que os profs. Adriano, Sandra e José Marta realizavam em conjunto, bem como das ações junto aos cursos de MBA em Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS), uma iniciativa junto ao Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, que envolveu polos de atuação em todas as regiões do país, com participação importante dos profs. Dirceu Grasel e José Marta que envolveram muitos docentes da FE e de outras unidades da UFMT. Com a criação da Faculdade de Economia, houve transferência do NuPES para a Faculdade, porém, por escassez de recursos humanos para dedicação ao Núcleo, este ficou inativo entre 2009 e 2016. 

Com o intuito de reativar o Núcleo, o prof. Benedito Pereira, diretor em exercício, elaborou um novo Regimento, o qual foi aprovado através da Resolução Consuni n.º 16, de 21 de setembro de 2016 e solicitou a remoção da economista Charline Dassow para coordenar as atividades, passando o mesmo a denominar-se Núcleo de Pesquisas Econômicas e Socioambientais. Com a chegada da economista ao NuPES, a qual retornava após doutoramento, constatou-se que o Núcleo se encontrava sem infraestrutura mínima de apoio à pesquisa e extensão e que ele não possuía qualquer registro de atividades administrativas ou acadêmicas. Na reunião de colegiado de novembro de 2016, debateu-se alguns pontos sobre o funcionamento do NuPES e os professores da Faculdade de Economia foram convidados para participarem do Núcleo. Em Reunião de Congregação de 2017, definiu-se os servidores que ocupariam alguns dos cargos em aberto, sendo estes: como Coordenador Geral, o prof. Dr. Antônio Ricardo de Sousa, como Vice Coordenador, o prof. Dr. Alexandre M. de M. Faria, e como Coordenadora Administrativa, a economista Dra. Charline Dassow. Também foi definido que a economista ficaria responsável pela reformulação do regimento vigente, que está em processo de tramitação devido a necessidade de adequação às novas resoluções da Nucleação da UFMT. Com o objetivo de retomar as atividades, melhorar a sua infraestrutura, divulgar e buscar novas parcerias, a economista realizou diferentes ações, tais como: elaboração de propostas de projetos de pesquisa, apoio para a realização do XI ENECOMAT e visitas em entidades, dentre elas, Secretarias de Estado e de Município, AL/MT, Confederações de Indústria e Comércio e CORECON-MT. 

 

 

 

(a) Registro fotográfico do XI Enecomat, 2016; (b) Registro fotográfico da sala atual no NuPES, 2020. Fonte: arquivo pessoal. 

 

 

Nesse período de retomada, destaca-se a aprovação do projeto de pesquisa coordenado pela economista Charline, financiado pela FAPEMAT, a saber: “Demanda de alimentos proteicos em Mato Grosso”. Além disso, o NuPES firmou, em 2018, sua primeira parceria com o setor empresarial, através do projeto de extensão “Boletins Empresariais”, coordenado pelas pesquisadoras Carla C. R. de Almeida e Charline Dassow, através do qual realizavam-se pesquisas de campo para analisar o nível de confiança, as intenções de consumo e preferências dos consumidores em datas comemorativas no município de Cuiabá-MT. Tais projetos foram imprescindíveis para possibilitar a contratação de bolsistas e melhorar a infraestrutura física do NuPES. Dessa forma, entre 2016 e 2021, o NuPES apoiou a realização de diversos eventos, com destaque para as últimas edições do ENECOMAT (2016-2020), realização de cursos para a comunidade externa, bem como para Entidades Governamentais (AGER/MT), além de outros projetos de pesquisa e extensão. Atualmente, o Núcleo é coordenado pelas professoras Carla de Almeida e Cláudia R. Heck, conta com 17 membros, dentre estes pesquisadores vinculados a FE/UFMT, UFR, UFSM e IMB/GO. Nesse contexto, a equipe atual tem o intuito de perpetuar a reputação do Núcleo, construída ao longo dos anos através de esforços dos seus primeiros membros, contribuindo para pesquisa, ensino e extensão nas áreas de economia, social e ambiental, especialmente no estado de Mato Grosso. 


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