Ainda dentro da programação dos 54 anos, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e a Prefeitura Municipal de Cuiabá, por meio da Secretaria da Mulher, realizaram nesta terça-feira (10), a entrega do “Banco Vermelho”. O monumento de luta foi instalado no pátio do Restaurante Universitário (RU), no Câmpus de Cuiabá, e contou com a presença da reitora da Universidade, professora Marluce Souza e Silva, da primeira dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, servidores de ambas as instituições, estudantes e comunidade.

A ação, que integra os “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas”, teve o objetivo de mobilizar a sociedade e sensibilizar sobre a importância do combate à violência doméstica e o feminicídio. Os Bancos Vermelhos, que estão sendo espalhados por diversos pontos do Brasil, é uma iniciativa do Instituto Bancos Vermelhos (IBV), uma organização sem fins lucrativos que surgiu a partir de um movimento internacional com origem na Itália. 

Em sua fala, a reitora da UFMT, iniciou citando sobre o local onde o banco foi instalado. “Primeiramente agradecida pela presença de todos por estarmos em uma localidade que é altamente cara para todos nós, um restaurante universitário, onde encontramos com os nossos estudantes de graduação, de pós-graduação, e com quem temos grande compromisso.  Queremos uma universidade com menos hostilidade, com mais respeito às diferenças, com a possibilidade de termos todas as pessoas presentes, independente da sua origem, da sua cor, do seu gênero, da sua classe social”, disse.

A primeira dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro, falou sobre a importância da data que marca os 21 dias de ativismo e do Dia Internacional dos Direitos Humanos. “Este é o momento para refletirmos  sobre a importância da educação e da informação na transformação do cenário alarmante do feminicídio. Embora não possamos trazer uma mulher morta de volta, podemos agir para prevenir tais tragédias, prevenir e educar. Não há lugar mais simbólico e poderoso para um Banco Vermelho gigante, um ícone de luta e de prevenção do que uma universidade”, disse a primeira dama.

Banco simbólico, reflexões e ações

Sobre o banco vermelho, que tem em sua estrutura mensagens educativas, oferecendo espaços de reflexão e sensibilização sobre o tema, a reitora da UFMT complementou. “Precisamos valorizar, e o Banco Vermelho, hashtag feminicídio zero, é nesse momento uma marca, um símbolo importante, para que a gente inaugure a nossa gestão, dizendo  não aceitaremos nenhum tipo de preconceito, não aceitaremos assédio e não aceitaremos violência contra as mulheres”, complementou, falando ainda sobre a gratidão e solicitando a todos, incluindo os homens, os simpatizantes dessa causa, apoio para construção de uma universidade combativa, progressista e sem preconceito.

Presente na solenidade, a secretária adjunta da Mulher, Elis Regina Prates, egressa do curso de Serviço Social da UFMT destacou a relevância da ação. “Para mim é muito simbólico estar aqui hoje.  Me formei nessa universidade em serviço social com muita honra, muito orgulho da minha profissão. Esse lançamento, nesse banco, nesse local, onde todos os alunos possam ter acesso, também vista que todos os cursos passam por aqui, é fundamental para que cada um tenha consciência da importância de fazermos deste mundo um lugar melhor. Afinal de contas, homens e mulheres são seres humanos, são pessoas, e temos que garantir todos os nossos direitos”.

Ainda em sua fala, a primeira dama frisou sobre a parcerias institucionais para impulsionar as ações em prol do bem estar social. “A parceria com entidades através da Secretaria Municipal da Mulher, pioneira em Mato Grosso, tem sido fundamental para articular ações concretas  de combate à violência contra a mulher. Afinal, a educação é o grande vetor de transformação. Que todos que passarem por este banco não apenas sentem para refletir,  mas se levantem para agir. O Brasil ocupa o quinto lugar mundial de feminicídios. A cada seis horas uma mulher é assassinada. A cada seis minutos uma menina ou mulher é estuprada. Antes de eu terminar essas palavras  mais uma será vítima. Precisamos entender que isso  pode acontecer com qualquer pessoa sua irmã, sua filha, sua esposa sua amiga Esta é uma luta de todos  e de todas, pois todos nós viemos de uma luta Juntos  podemos e devemos construir um futuro onde as estatísticas deixem de existir”, destacou, Márcia Pinheiro. 

Também prestigiarem a solenidade o vice-reitor da UFMT, professor Silvano Macedo Galvão, o prefeito do Câmpus da UFMT, Paulino Simão de Barros, e o Coordenador de Manutenção da Secretaria de Infraestrutura, Jefersson Leone e Silva.

UFMT, Prefeitura de Cuiabá e comunidade

A instalação do Banco Vermelho na UFMT foi formalmente solicitada pela Secretaria de Infraestrutura dos Campus da UFMT (SIC UFMT), por meio do ofício nº 68/21, datado de 02 de dezembro de 2024. O objetivo é que o banco sirva como um instrumento de conscientização dentro da comunidade acadêmica, promovendo um ambiente de diálogo e enfrentamento à violência de gênero.

No período da noite desta terça-feira (10), a programaçaõ continua às 19h, no Teatro Universitário acontece um grande concerto musical com a Orquestra Sinfônica da UFMT (OSUFMT) e o Coral Infantojuvenil da Universidade, com a participação do Coral UFMT. O momento festivo marca também a chegada de Oliver Yatsugafu, frente à  OSUFMT, e tem Adonys Aguiar e Dorit Kolling nas regências dos corais, respectivamente. Leia mais sobre essa programação no link.

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