O projeto Gaia, ação de extensão desenvolvida pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), integra o grupo de iniciativas apresentadas pelo Estado de Mato Grosso a ser apresentado na Conferência Mundial do Clima (COP 27) no Egito, durante o mês de novembro. A Rede de Cooperação para a Sustentabilidade, nome técnico do projeto Gaia tem potencial para receber apoio técnico e financeiro rumo a implementação das metas do Estado até 2030.
De acordo com a professora Rafaella Felipe, do Instituto de Ciências Humanas, Naturais e Sociais (ICNHS), do Câmpus de Sinop da UFMT, e coordenadora do projeto, a Rede de Cooperação para a Sustentabilidade tem ações nas áreas de pesquisa e extensão. “É um projeto de pesquisa e extensão que desde 2019 foi institucionalizado para trabalhar com a temática da agricultura sustentável com base na agroecologia e os sistemas agroflorestais. Em 2020 fomos contemplados com financiamento em Mato Grosso, recebendo cerca de R$ 1,2 milhão para trabalhar com agricultura familiar”, relata.
O trabalho tem seu desenvolvimento com sistemas agroflorestais e agroecológicos. “São sistemas multidiversos onde as famílias produzem grãos, hortaliças, junto com as árvores. No nosso caso com as árvores frutíferas”, conta a professora ressaltando a visibilidade que o projeto alcança com 10 sistemas de aprendizagem agroflorestais e agroecológicos. A professora Rafaela Felipe destaca ainda a visibilidade que o projeto ganha com os relatos positivos de agricultores que apoiam o projeto.
“Com toda essa publicidade que teve o projeto, com os agricultores relatando os benefícios desse sistema e o apoio do projeto fomos indicados para compor o Pitchbook a partir da Estratégia Produzir, Conservar e Incluir (PCI). Fizemos uma entrevista com os consultores e o projeto foi selecionado para compor esse livro”, destaca a professora e coordenadora do projeto Gaia sobre o portfólio de ações desenvolvidas.
Presença em material apresentado na COP abre possibilidades
A professora Rafaela Felipe enfatiza ainda que a presença no livro abre a melhor perspectiva possível para o projeto. “Estamos constando em um livro que é extremamente importante com projetos prontos para serem financiados que vai compor um banco de dados internacional que tem a possibilidade de fomento. Chegamos a um patamar, trazendo a agricultura familiar e sustentável que a gente não imaginava. Tudo como trabalho coletivo”, comenta a pesquisadora ressaltando a participação da UFMT, da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), escolas técnicas, cooperativas de agricultores e professores de diferentes áreas de conhecimento.
A inclusão atende a metas de expansão e aumento da eficiência da produção agropecuária e florestal, a conservação dos remanescentes de vegetação nativa, recomposição dos passivos ambientais e a inclusão socioeconômica da agricultura familiar e gerar a redução de emissões. “A expectativa é maravilhosa e mostra que estamos no caminho certo. A agricultura familiar deve ser valorizada e pensada com muito cuidado, que produz o alimento que está na nossa mesa. De 70 a 75% do que está em nossa mesa é produzido pela agricultura familiar”, exalta a professora.
O projeto atua principalmente na inclusão social. “Ampliamos a participação da agricultura familiar no Programa Nacional de Alimentação Escolar, o PNAE, que envolve a compra institucional da agricultura familiar. Uma das políticas públicas que mais beneficia a agricultura familiar”, explica Rafaela Felipe, acrescentando que o projeto amplia o acesso a outros programas como o Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf).
O projeto GAIA possui perfis nas redes sociais Instagram, Facebook e YouTube e contato pelo e-mail projetogaia2019@gmail.com e o telefone (66) 99659-2885, com o WhatsApp.
Leia mais:
Projeto realiza educação agroflorestal com famílias em Sinop
Projeto Gaia promove intercâmbio de saberes em Sinop