O Museu de Arte e de Cultura Popular da UFMT (MACP), da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) inaugurou nesta quinta-feira (12), a exposição "Memória Biocultural [narrativas e resistências em 50 anos do MACP/UFMT]". A solenidade contou com a presença de artistas, estudantes e servidores da Universidade. A exposição tem a curadoria de Ruth Albernaz, e traz obras de 51 artistas, destacando a trajetória do MACP e suas conexões culturais ao longo do tempo.
Os interessados podem prestigiar, de segunda a sexta-feira, entre 8h e 12h e 13h30 e 17h30. Exposição não recomendada para menores de 14 anos. Agendamentos para grandes grupos e Escolas podem ser feitos pelo endereço macp.procev@ufmt.br
Presente na solenidade, que integra ainda a programação de 54 anos da UFMT, a pró-reitora de Cultura, Extensão e Vivência (Procev), Lisiane Pereira de Jesus, falou da trajetória do Museu, que foi criado em janeiro de 1974, durante a gestão do então reitor Gabriel Novis Neves. Ela conta ainda que na época, estava instalado o governo militar, e o espaço nasce como um local de resistência e, justamente por isso, por sua natureza, dinamismo no campo da arte.
“Ele surgiu de um projeto chamado CIAP, que era Centro de Informações de Artes Plásticas, que foi elaborado em 1973 por um grupo de trabalho. E, dentro desse projeto, surgiu então um ensaio de autoria de Aline Figueiredo, Tereza Arruda e Humberto Espíndola, que apresentava argumentações que resultaram na criação do MACP, como órgão suplementar da Fundação, ainda, Universidade Federal do Mato Grosso”, disse, complementando que o MACP acaba sendo um instrumento de mobilização política, construção de pensamento crítico e também de fortalecimento da cultura local.
O supervisor do Museu, Clark Mangabeira, também destacou que a nova exposição, que conta ainda com a consultoria da Fernanda Pitta, do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. “É uma exposição muito importante para marcar esse momento do MACP, esse momento da UFMT e esse momento enquanto uma exposição que vai ser toda com base no acervo próprio do Museu. Então, isso é sempre algo fascinante para todo mundo que gosta da arte matogrossense”, disse.
Ateliê Livre e a Exposição
Ainda sobre a história de formação do MACP, a pró-reitora da Procev continua. “Em 1976, nasceu o Ateliê Livre, inicialmente na Fundação Cultural, e, em 1981, ele foi transferido para o campus da UFMT. Ele constitui uma extensão do MACP e foi concebido como espaço formador e ele foi berço, serviu de berço, de vários artistas mato-grossenses que hoje são consagrados”, explicou.
“No Ateliê Livre, nascem três gerações de artistas. Os primeiros, formados primeiro por Dalva de Barros e depois por Nilson Pimenta, e esses artistas, hoje, muitos deles têm obras no MACP. Começou neste projeto, como, por exemplo, Adir Sodré, Sebastião Silva, o Márcio Aurélio, foram vários artistas que nasceram no Ateliê Livre e aí se consagraram nas artes plásticas no nosso estado”, destacou citando ainda que hoje, obras de muitos desses artistas compõem esse rico acervo do MACP, que tem aproximadamente 400 obras.
Ela é artista-bióloga de origem cabocla, pós-doutoranda em Ensino na Amazônia, IFMT, 2021; doutora em Biodiversidade e Biotecnologia, 2016. Ruth Albernaz, curadora da exposição explica sobre a concepção da ação que traz 87 obras de 51 artistas que dialogam com a Memória Biocultural, ancorado na Etnobiologia.
“Foram identificados os núcleos narrativos: manifestos sociais, memória biocultural e emergência climática. Contamos com a consultoria de Fernanda Pitta, curadora do MAC USP. O projeto expográfico contou com a colaboração da professora Livia Bertges e do arquiteto Rubens Florêncio. A montagem ficou por conta de Rodrigo Leite”, explicou, complementando que o programa educativo será coordenado por ela e pelo arte-educador Caio Ribeiro, em diálogo com 8 grupos de pesquisa da UFMT.
Cultura, Artes e Universidade
Para Lisiane Pereira de Jesus Nesses 50 anos, então, o MACP tem um histórico rico e relevante, que vai muito além da missão de preservação, pesquisa e comunicação de artes plásticas mato-grossenses, e a nova coordenadora de Cultura da UFMT, Divanize Carbonieri, dá uma prévia do que a comunidade pode encontrar na exposição, que é aberta, gratuita e para pessoas com idade acima de 14 anos.
“"Memória Biocultural [narrativas e resistências em 50 anos do MACP/UFMT] faz referência às histórias e narrativas suscitadas pela arte mato-grossense contemporânea, reunindo desde representações sublimes da paisagem regional até verdadeiros manifestos de resistência às opressões em forma de imagens. As obras expostas pertencem todas ao acervo MACP, demonstrando as imensas potencialidades dessa coleção no que se refere ao estudo das Artes Visuais em Mato Grosso.
A coordenadora contou ainda que paralelamente à exposição acontecerão ações educativas elaboradas por docentes da UFMT em parceria com a equipe da curadoria. “A programação dessas ações será divulgada em breve. O objetivo é o fortalecimento de um núcleo de ação educativa no MACP, aproximando o museu dos cursos de graduação e pós-graduação da universidade”, disse.
“Temos a participação de pelo menos oito grupos de pesquisa: NEC - Núcleo de Estudos do Contemporâneo, OLPA - Observatório & Laboratório de Pesquisa Artística, LEHDI - Laboratório de Ensino de História e Tecnologias Digitais, NEPRE - Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Relações Raciais e Educação, Grupo de Pesquisa História e Estudos de Gênero, EPIFAn - Estudos sobre Política, Identidades e Fronteiras nas Américas, UFMT com a Corda Toda, Núcleo de Estudos, Pesquisas e Ação Educativa do MACP”, elencou e finalizou Divanize Carbonieri.
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