Teve início na tarde desta segunda-feira (07) a 16ª Jornada Desigualdades Raciais na Educação Brasileira. O evento acontece de forma online, e é organizado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Relações Raciais e Educação (Nepre) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). A solenidade de abertura contou com apresentação do vídeo "Nó(s): identidades e resistências negras'', do Programa de Extensão Ação Afirmativa da Universidade, e presença de autoridades representativas.
Compondo a mesa do evento virtual, o reitor da UFMT, professor Evandro Soares da Silva, falou sobre a necessidade e relevância das ações afirmativas na educação superior. “ Na UFMT estamos completando dez anos de implantação e gestão das cotas para ingresso. Este ano também iniciamos ações de ingresso à graduação para as comunidades quilombolas. É válido pensarmos que tivemos, de maneira geral, muitos avanços no que diz respeito ao ingresso e permanência de estudantes negros, e demais ações afirmativas”, disse.
O reitor falou também sobre a questão racial e sua influência nas oportunidades, e demais situações cotidianas. Para ele, a participação dos coletivos e demais movimentos são de extrema importância para que esses avanços e conquistas propiciem essa equidade.
A coordenadora do Nepre, professora Cândida Soares da Costa, falou sobre a pertinência da temática do evento. “Esse ano mantemos o mesmo enfoque temático, que é políticas afirmativas na educação superior. E não por falta de outro, mas pela necessidade mais intensa de contribuir para as discussões e efetivas políticas, visto que o racismo contra a população negra ainda encontra sólidos ancoradouros a serem superados”, diz, complementando que a programação trará diferentes pesquisadores, estudantes, egressos que acessaram a educação superior pelas políticas afirmativas.
Também estiveram na mesa de abertura o coordenador do Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE) da UFMT, professor Marcel Damasceno, a diretora do Instituto de Educação (IE) da mesma Instituição, professora Rute Cristina Domingos da Palma, a presidente do Conselho de Promoção da Igualdade Racial de Várzea Grande (MT), Tacilla Soares, o promotor de justiça do Ministério Público do Estado Mato Grosso, Paulo Motta e a Coordenadora do Consórcio dos Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros (CONNEABs), Centro-Oeste, professora Cláudia Cristina Ferreira Carvalho.
Ampliação e melhorias na gestão das cotas
Na sua palestra de abertura, o professor da Universidade de Brasília (Unb), José Jorge Carvalho, falou sobre "Políticas de ação afirmativa e democratização da educação superior: balanço e perspectivas”. Em sua fala, o pesquisador abordou sobre os avanços, nessas duas décadas, para os cotistas na graduação, e dos desafios para a formulação de ações para o ingresso nas pós-graduações.
Para ele as cotas para ingresso em programas de pós-graduação não acompanharam a progressão das cotas da graduação, o que, segundo ele, cria novamente entrave para aqueles que almejam continuidade nos estudos. Ele falou também sobre a urgência das políticas afirmativas para a docência negra no ensino superior. A mediação foi conduzida pela professora Cândida Soares da Costa.
O evento segue até quarta-feira (09) de forma on-line, pelo Youtube, e na programação haverá mais atividades culturais, rodas de conversa e mesa redonda, com a participação de convidados de diferentes regiões e instituições brasileiras.
A 16ª Jornada Desigualdades Raciais na Educação Brasileira é aberta à comunidade geral e intelectuais, entre eles, docentes da Educação Básica, estudantes de cursos de graduação e estudantes de Pós-Graduação, militantes de movimentos sociais e do movimento social negro. O evento acontece paralelo ao Seminário de Educação (Semiedu) da UFMT.
Para mais informações e-mail: jornadanepre.ufmt@gmail.com, ou Instagram: Telefone (65) 3615-8447
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