Acadêmico

A seca de informações sobre aves na maior área úmida mundial

Cercromacra melanaria
Cercromacra melanaria
Tiago Ferreira

Pesquisadora revela que quase 95% do Pantanal permanece sem amostragem de aves, devido aos padrões irregulares e enviesados dos estudos. Isso demonstra a necessidade de uma restruturação espacial, taxonômica e sazonal dos estudos para que se possa ter dados mais precisos.

No artigo “Sampling Bias of Birds in the Pantanal Wetland: A Study Case with Records from Biological Collections” publicado recentemente na revista Wetlands, a doutoranda Leda Aline Porto Stefan, em conjunto dos seus orientadores Thais Zanata e Vitor Piancentini, analisou 4.066 registros de 363 espécies de aves disponíveis em 20 coleções científicas nacionais e internacionais.

Em seus resultados, por mais que os registros abranjam também as porções do Pantanal presentes no Paraguai e Bolívia, a maioria dos dados foram obtidos perto de grandes centros urbanos das porções brasileiras do Pantanal durante o período da seca do Pantanal.

A escolha por áreas próximas aos centros urbanos se dá por causa da infraestrutura para deslocamento dos pesquisadores, sendo que na região central do pantanal há poucas estradas de acesso. Durante o período de cheia o deslocamento no Pantanal se dá apenas por barcos o que faz com que a pesquisa seja muito cara e traga pouco retorno.

Para Stefan, o artigo publicado não pretende apontar falhas dos pesquisadores, mas sim identificar o problema para que se possa “ter medidas estratégicas pra tentar diminuir essas lacunas”. Ela ainda aponta que apesar dessas amostragens serem enviesadas, isso não torna os dados menos confiáveis, ainda mais se a pesquisa realizada tenha um foco restrito em determinada área geográfica, porém pode não possuir dados suficientes quando se busca compreender todas as espécies de aves do pantanal. Por causa disso, a doutoranda destaca a necessidade de que haja mais investimento na logística para acesso ao Pantanal Central e que sejam realizadas mais pesquisas no período de cheia, pois assim será possível conhecer melhor a fauna e seus padrões, tornando a confiabilidade maior dos trabalhos em que se pretende estudar o Pantanal como um todo.

A pesquisadora continuará a buscar mais dados, complementando os dados científicos atuais, para que se possa ver melhorias na ornitologia e entender melhor o padrão de distribuição real das espécies e da biodiversidade de aves. Com isso, haverá um melhor entendimento do Bioma, auxiliando a preservação do Pantanal e de suas aves.


Texto por: Leonardo Rodrigues De Amorim, como parte da disciplina de Redação Científica.

Referencia: Stefan, L.A.P., Zanata, T.B. & Piacentini, V.Q. (2024). Sampling Bias of Birds in the Pantanal Wetland: A Study Case with Records from Biological Collections. Wetlands 44, 60. https://doi.org/10.1007/s13157-024-01813-8

 

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PORSilvia Altoé Falqueto
Bióloga

DATAOct 18, 2024, 9:10:00 AM

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