O Colégio Eleitoral Especial da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) se reúne nesta sexta-feira (26) para avaliar a proposta elaborada pela Comissão Eleitoral para a realização do processo de consulta à comunidade acadêmica de escolha do novo reitor da Universidade. Ainda este ano, além da UFMT, outras 21 instituições federais de ensino superior (Ifes) realizam seus processos eleitorais em 2020.
Duas outras Ifes já realizaram suas consultas durante a pandemia, são elas as universidades federais do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) e Rural do Semi-árido (Ufersa), ambas com sistemas de votação online.
Além delas, ao menos outras quatro instituições anunciaram que usarão a votação online nos próximos meses, as Universidades Federais de Mato Grosso do Sul (UFMS), Tecnológica do Paraná (UTFPR), de Rondonia (Unir) e da Paraiba (UFPB).
Para a professora Elizangela Cabral dos Santos, presidente do Colégio Eleitoral da Ufersa, a consulta virtual na Instituição, realizada no último dia 15 de junho, foi um sucesso. "A princípio alguns usuários achavam que seria difícil, mas fizemos um manual e isso ajudou bastante. Além disso, houve algumas preocupações com a segurança, mas o sistema é bastante seguro e, depois que termina a eleição, o sistema disponibiliza um relatório para auditoria dos votos", explicou.
Na Unifesspa, que realizou a consulta no final de maio, o processo foi guiado de maneira objetiva, transparente e respaldada, segundo declaração da comissão eleitoral. Todo o histórico da eleição, bem como documentos relacionados, foram apresentados em um portal dedicado e, durante o dia de votações, uma equipe de suporte respondeu à 100% das dúvidas dos eleitores.
Tanto na Ufersa, quanto da Unifesspa, o sistema utilizado foi o SIGEleição, desenvolvido e utilizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) para a escolha de reitores e demais pleitos internos, desde 2010.
Outro sistema disponível é o Hélios Voting, que será utilizado pela Universidade Federal Tecnológica do Paraná (UTFPR) e pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). O mesmo sistema é utilizado anualmente pela associação internacional de pesquisa em criptografia e foi aplicado recentemente em um processo eleitoral do Conselho Superior do Ministério Público Federal (MPF), com apoio da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
De acordo com o professor Jean Martina, coordenador do Laboratório de Segurança em Computação (LabSEC), da UFSC, o Helios Voting é um sistema bastante adequado para eleições em instituições de ensino. "Não existem sistemas completamente seguros, mas acreditamos que o Helios Voting seja uma opção muito boa e muito forte. Ele propicia um grau muito alto de segurança para eleições em ambientes de baixa coerção e em eleitores com um grau de engajamento político maior, como é o caso das Instituições Federais de Ensino Superior", apontou.
O Helios Voting utiliza um sistema de criptografia homomórfica, que encripta o voto antes de enviá-lo pela rede, garantindo a privacidade dos eleitores. Além disso, cada eleitor recebe um número rastreável de seu voto, podendo conferir, por si próprio, se o mesmo foi depositado corretamente.