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Modelo do NPLeite reduz emissão de metano e aumenta produção

Bovinos do Núcleo de Pesquisa em Pecuária de Leite. UFMT, Sinop.
Bovinos do Núcleo de Pesquisa em Pecuária de Leite. UFMT, Sinop.
Andre Soares de Oliveira

1) Escrito Por André Garcia - Portal Gigante 163. Link 

Cálculos matemáticos podem garantir o aumento na produção de leite e carne com redução de até 50% nas emissões de metano, gás produzido no “arroto” do gado. Com os chamados modelos de predição, é possível estimar a quantidade de CH4 gerado por cabeça e aplicar as ações de controle mais adequadas.

Se matemática não é sua matéria preferida, basta imaginar que um modelo preditivo é uma função usada para uma grande quantidade de dados soltos, evidenciando padrões capazes de apontar as próximas tendências. É como se fosse possível prever o futuro a partir de probabilidade e estatística.

Por exemplo, ao fornecer a um algoritmo preditivo a variação do preço de imóveis ao longo de três anos, ele apontará o preço para os próximos meses. Esse conhecimento já é utilizado na bolsa de ações, na detecção de fraudes, variação de estoques, progressão de doenças e indicadores da indústria.

Voltando para a pecuária, o professor de Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) André Soares de Oliveira explicou ao Gigante 163 que o produtor pode desenvolver frações apuradas e precisas, a partir de variáveis preditoras que ele já conhece na fazenda, adotando, depois disso, melhores estratégias.

“Algumas ações nutricionais podem reduzir entre 10 até 50% as emissões de metano entérico por unidade de leite e carne produzidos, como aumentar o teor de amido nas dietas, fazer suplementação lipídica, melhorar a digestibilidade e utilizar aditivos como monensina sódica, nitrato e 3-nitroxipropanol”, diz.

Se a emissão do gás pelos bois é afetada principalmente pelo nível de ingestão dos alimentos, pela digestibilidade da dieta e pelo teor de lipídios, a predição considera variáveis como peso, grupo genético e desempenho produtivo por cabeça.

“Nossos modelos predizem que, com aumento da produção de leite de 10 para 15 kg/vaca/dia, a emissão de metano por kg de leite produzido é reduzida em 20%.”

A conclusão faz parte de um estudo realizado por pesquisadores da UFMT de Sinop intitulado “Predição de emissões de metano entérico em vacas leiteiras”, que recebeu o prêmio Destaque da Área de Nutrição de Ruminantes na 56ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, no ano passado.

“Como a alimentação é o principal custo da produção animal, reduzir as emissões de metano entérico pode também contribuir para reduzir os custos de produção de leite e carne, e consequente os preços ao consumidor”, afirma André.

Assim, embora a produção de metano ruminal seja um processo natural e necessário para a digestão dos alimentos, representa uma perda de energia da dieta que poderia ser utilizada para a produção de leite e carne. “Espero que nosso modelo contribua para reduzir a intensidade das emissões, acompanhando as metas ambientais.”

Pós-cálculo

Com os cálculos em mãos, o pecuarista pode avaliar quais ações terão mais efetividade para o seu contexto. Duas que comprovadamente asseguram redução nas emissões de CH4 por carcaça produzida são o aumento na taxa de desfrute, por meio da redução da idade do abate dos animais, e o aumento na taxa de desmame das vacas.

O melhoramento genético, por sua vez, aumenta a eficiência alimentar (produção de leite ou carne por unidade de alimento consumido). “Logo, animais mais eficientes emitem menos metano por unidade de leite ou carne produzido”, pontua o zootecnista.

Também é possível aumentar o teor de amido nas dietas. Para isso é preciso apostar em suplementação lipídica, melhorar a digestibilidade das dietas e contar com aditivos como monensina sódica, nitrato e 3-nitroxipropanol. O adequado armazenamento e manejo do esterco e a recuperação de paisagens degradadas são outras boas medidas.

Modelo disponível

O sub modelo “Metano” faz parte de um modelo nutricional desenvolvido por André e denominado “NS Dairy Cattle”. Para acessá-lo, basta clicar aqui.

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PORAndré Soares de Oliveira
Professor e Coordenador do Núcleo de Pesquisa em Pecuária de Leite

DATAJan 30, 2023, 12:00:00 AM

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