No contexto das discussões sobre a possibilidade de retomada parcial das atividades acadêmicas na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), por meio do uso de tecnologias da informação e da comunicação, a Instituição se voltou para o debate sobre uma política de inclusão digital, com o objetivo de garantir a inclusão social e o acesso a estudantes em situação de vulnerabilidade social. O tema foi apresentado também na última reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extesnão (Conspe), realizado no último 8 de junho.
Utilizando dados do Fórum Nacional de Pró-reitores de Assuntos Estudantis (Fonaprace), bem como as experiências já em andamento em outras Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes), a UFMT delineou uma proposta que inclui auxílios para acesso à internet e compra de equipamentos.
Os recursos viriam do Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes) e, a princípio, usando levantamentos sobre a situação dos estudantes da UFMT, é previsto um investimento que contemple, pelo menos, 2000 estudantes matriculados em disciplinas flexibilizadas para acesso à internet e 1000 estudantes com apoio para aquisição de equipamentos.
De acordo com a Pró-reitora de Assistência Estudantil, professora Erivã Garcia Velasco, não se trata de uma substituição do ensino presencial de qualidade, que é um patrimônio das Instituições Federais de Ensino, mas de uma forma de incentivar o investimento em medidas que favoreçam os estudantes, em especial os mais vulneráveis, em seus projetos de formação. "Esse é um contexto que além de desolador por conta da letalidade da pandemia, é muito desafiador porque temos que garantir a proteção da comunidade acadêmica, a manutenção do projeto de Universidade pública, gratuita e presencial, mas que nos desafia a pensar sobre como fazer com o ensino quando a presencialidade não se apresenta possível a curto e médio prazos", afirmou. Ela também salientou que a Inclusão Digital não é uma responsabilidade exclusiva das Ifes, mas sim de todo o Ministério da Educação (MEC) e do Governo Federal.
A proposta foi desenvolvida em conjunto, pelas Pró-reitorias de Assistência Estudantil (Prae), Ensino de Graduação (Proeg) e Planejamento (Proplan), as Secretarias de Tecnologias Educacionais (Setec) e Tecnologia da Informação (STI) e o Escritório de Projetos e Processos (EPP) e aponta também para a capacitação discente e de servidores para o uso de tecnologias digitais e ambientes virtuais de aprendizagem.
Capacitação para o AVA
A Secretaria de Tecnologias Educacionais (Setec) ofereceu, até o momento, duas turmas do curso de capacitação "Princípios de Autoria e Edição de Cursos em Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs)". O curso é voltado para docentes de todas as áreas de conhecimento e visa a implementação de estratégias de ensino, comunicação e aprendizagem, mediadas por tecnologias digitais. A iniciativa surge como possibilidade de realizar atividades acadêmicas na Instituição com responsabilidade, em meio à pandemia do COVID-19.
O curso é uma iniciativa da SETEC, com apoio da Pró reitoria de Ensino de Graduação (PROEG), Secretaria de Tecnologia da Informação (STI), da Secretaria de Comunicação e Multimeios (Secomm) e da Reitoria da UFMT.