Um dos principais resultados da 2ª edição da GreenFarm, feira de negócios do setor agropecuário realizada em Cuiabá (MT), foi a criação de uma ferramenta digital para auxiliar pequenos e médios produtores. O projeto, desenvolvido durante o Hackathon “Celeiro de Campeões”, gerou a criação de um aplicativo com interface simples e chat automatizado que promete transformar a rotina de pecuaristas de gado leiteiro da Baixada Cuiabana.
A solução facilita o registro e a organização das informações das propriedades, permitindo que esses produtores tenham maior clareza sobre seus ativos e possam converter esse conhecimento em dados concretos para os compradores do leite.
Essa conquista foi liderada por um grupo de estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que venceu o desafio e foi reconhecido não apenas com um prêmio de R$6 mil, mas também pela oportunidade de receber mentorias do AgriHub e assessoria do Grupo Farmers.

A equipe campeã, chamada “Rural E”, foi formada pela estudante de Medicina Veterinária Maria Rios e pelos estudantes de Agronomia Marly Bahri, Evelin Rabelo e Abner Santos. Para Maria, que participou pela primeira vez de um hackathon, a vitória foi resultado do esforço coletivo: "O primeiro lugar foi muito suado. A gente se esforçou muito, chorou, se desconstruiu, se reinventou, aprendeu coisas novas. Nossa equipe é muito unida. A gente tem uma sintonia incrível e somos apaixonados pelo agro", comemorou a estudante de medicina veterinária.
Ainda segundo a equipe vitoriosa, a solução apresentada é algo que traz organização e acesso aos produtores, principalmente de pequeno porte. "Esse produtor, muitas vezes, anota as informações da propriedade na mesma caderneta que a esposa usa para anotar uma receita de bolo. A ideia do aplicativo é acessibilizar, não fazer algo mirabolante", contou a jovem.

O coordenador do Hackathon e professor da UFMT, João Costa Júnior, explicou que a competição reuniu equipes multidisciplinares com 48 horas para criar uma solução inovadora a partir de um problema real. A entrega podia ter sido um software, hardware ou sistema, e todo o processo envolvia desde o desenvolvimento da ideia até o modelo de negócio, com apoio de mentores.
Segundo ele, os participantes passaram por três etapas: apresentação do canvas com a proposta de valor, entrega do protótipo e, por fim, o pitch, uma apresentação de 5 minutos para defender a solução. O diferencial está no trabalho em equipe e na integração entre estudantes de diferentes áreas.
"A experiência foi muito positiva tanto para mim como organizador quanto para o GreenFarm, que agora conta com um evento técnico-científico voltado para inovação. É interessante porque traz a bagagem científica da universidade para dentro do evento, dando maior robustez e peso positivo, pois conseguimos divulgar a importância do Hackathon como uma oportunidade de inovação aberta, desenvolvendo aplicativos para todos conhecerem", pontuou o professor. Além da Rural E, outras equipes apresentaram propostas de aplicativos ligados à sustentabilidade: uma ferramenta que mede a adoção de boas práticas por meio de indicadores visuais e outra que conecta produtores sustentáveis a compradores que exigem certificação, facilitando negócios alinhados a critérios ambientais.
Com esse resultado, o Hackathon consolida-se como um dos marcos do GreenFarm, garantindo à feira não apenas o fato de ser uma vitrine de inovações do agro, mas também um legado prático de soluções para o campo. Para 2026, já está em planejamento uma edição ainda maior, com desafios sugeridos por empresas patrocinadoras e foco em produtores de todos os portes.
*Texto com Assessoria