Workshop discutiu como integrar pesquisa e impacto social
Refletir sobre como transformar a pesquisa acadêmica em benefícios concretos para a sociedade foi um dos principais eixos do workshop “Extensão na Pós-Graduação”, realizado na última sexta-feira (15), no auditório do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia (PPGZ) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Campus Sinop. O evento contou com a presença dos professores John Vreyens, diretor de Iniciativas Globais para Extensão, e Mike Schmitt, diretor associado da Extensão e do College of Food, Agricultural and Natural Resources, ambos da Universidade de Minnesota (EUA).
Durante o evento, mediado pela professora do Campus Sinop, Roberta Nogueira, os palestrantes destacaram a importância de pensar a extensão como um processo contínuo e integrado ao desenvolvimento da pesquisa. Entre os questionamentos levantados estavam: “Quais critérios o pesquisador deve considerar ao definir uma nova pesquisa?” e “Como transformar resultados científicos em ações aplicáveis de forma permanente à comunidade?”. De acordo com informações do gerente de Pós-graduação e Pesquisa do Campus Sinop, professor Anderson Corassa, os docentes americanos apontaram que o desafio da pós-graduação está em alinhar o foco tradicional na resolução de problemas à atenção ao público envolvido.


A extensão não pode ser apenas a etapa final de um projeto. Ela precisa estar no planejamento desde o início, com base no contexto social em que o problema está inserido. Os professores americanos acrescentaram que o sucesso da extensão depende de um ciclo constante de observação, implementação e compartilhamento, tendo como meta final a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Nesse sentido, os professores apontaram para dois modelos de atuação: a extensão passiva, caracterizada por ações pontuais como assistência técnica e dias de campo, e a extensão ativa, que envolve programas educacionais, engajamento de stakeholders e troca contínua de informações e demandas. Segundo Corassa, no workshop também foi possível entender que à medida que se evolui na resolução de problemas da sociedade, há um retorno do investimento feito principalmente por órgãos públicos, ou mesmo privados, melhorando a eficiência dos recursos fiscais.
“Sobretudo aqueles de origem direta, pensando claro em resolver problemas da sociedade e, de alguma forma, auxiliando na prestação de contas para os órgãos que avaliam os programas de pós-graduação, principalmente a CAPES, a própria universidade. Desta forma, fazendo com que tenhamos um processo virtuoso da extensão dentro da universidade, dentro dos programas de pós-graduação”. Ainda durante o evento, os participantes tiveram a oportunidade de debater propostas e refletir sobre a necessidade de construir um modelo de extensão mais efetivo e transformador.

