Pesquisadoras da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Câmpus de Sinop, participaram do desenvolvimento da cartilha educativa “De Olho na Tuberculose”, disponível em português, espanhol e warao. O material integra ação de recrutamento da população para a pesquisa nacional “Tuberculose e migrantes nos países dos BRICS: o caso do Brasil”, e está sendo distribuído nas cidades participantes do estudo e pelas redes sociais.
“A cartilha foi elaborada com o intuito de alertar as pessoas, principalmente os migrantes dos sinais, sintomas e do tratamento da tuberculose. A gente busca atingir um grande grupo da sociedade e por meio de uma forma e um linguajar simples possibilitar o diagnóstico precoce”, explica a professora Rosângela Guerino Masochini, uma das organizadoras.
De forma ilustrativa e lúdica, adotando o emprego de dois personagens, o Super Coquetel e o Bacilo de Koch, um representando o tratamento medicamentoso e o outro a bactéria causadora da doença, o material desvenda página a página a tuberculose e orienta os leitores sobre o tratamento. Na parte final, a cartilha explica sobre a pesquisa desenvolvida e a participação voluntária, com a possibilidade de desistência a qualquer momento.“É uma doença milenar infecto contagiosa que ainda acomete muitas pessoas em todas as faixas etárias e classes sociais. É importante, mesmo estando no século 21 falar sobre o assunto, pois se não tratada pode evoluir para o óbito”, alerta a profissional sobre a atenção aos sinais.
A pesquisa desenvolvida a nível nacional “Tuberculose e migrantes nos países dos BRICS: o caso do Brasil” é organizada pelo Laboratório de Epidemiologia (Lab-Epi) e a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), com a participação do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/OMS). Está sendo implementada em Manaus (AM), Boa Vista (RR), São Paulo (SP) e Curitiba (PR).
Sua organização contempla três fases. Na primeira, será realizada a descrição epidemiológica dos migrantes residentes no Brasil e dos casos notificados de tuberculose utilizando os sistemas de informações oficiais do governo federal. Na segunda fase, um estudo para detectar a prevalência de infecção latente de tuberculose em indivíduos migrantes e as barreiras enfrentadas no sistema de saúde, relacionadas ao tratamento dessa população. A terceira é a implementação de um estudo para avaliar uma intervenção de cuidado relacionado à tuberculose em população migrante.
A expectativa é que os resultados da pesquisa possam contribuir com a elaboração de políticas locais, nacionais e globais, que orientem a construção de planos de atenção à saúde, com ênfase na tuberculose, para populações migrantes, adequando as políticas públicas às especificidades dos diversos grupos, e assim sejam capazes de atender o aumento da demanda do fluxo migratório. “A proposta da cartilha é importante e deve ser instigada a ampliar a sua divulgação para outros estados e cidades, nós temos interesse em realizar essa divulgação aqui também, talvez uma reimpressão voltada somente para Sinop”, conclui a docente.
A cartilha educativa foi organizada pelas professoras da UFMT Rosângela Guerino Masochini e . Sonia Vivian de Jezus e os docentes Carolina Maia Martins Sales, Thiago Nascimento do Prado e Ethel Leonor Noia Maciel da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).