PORLuiz Carlos Bezerra
Jornalista

DATA26 de Janeiro de 2022

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Ciências

Pesquisa propõe programa de controle biológico

Suellen Karina Albertoni Barros
Técnica evitaria uso de inseticidas nas plantações de soja e milho

O controle biológico de pragas é o uso de inimigos naturais para  controlar populações de insetos-praga prejudiciais às plantações. Nas culturas do milho e da soja, um dos grandes  desafios são os percevejos, que podem desencadear perdas na produção, além da necessidade do uso de agrotóxicos para seu controle.

Já existem agentes de controle biológico registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para o controle de percevejos-praga, entre eles um parasitóide,  indicado para controlar esses insetos quando  estão em sua fase de ovos. No entanto, pesquisa desenvolvida na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), aponta, pela primeira vez no estado, a utilização de um programa de controle biológico de percevejos- praga em sua fase adulta.

Suellen Karina Albertoni Barros, Doutora em Biotecnologia e Biodiversidade, teve seu projeto aprovado pelo edital da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (FAPEMAT), e conta que o programa será o primeiro a usar o parasitoide Ectophasiopsis sp. (Diptera: Tachinidae) em Mato Grosso. “Há poucos pesquisadores sobre esse assunto. Em vista disso, um dos objetivos com esse projeto é criar um grupo de pesquisa nessa área e a divulgação dos resultados do estudo em artigos e eventos científicos a fim de ampliar a base de conhecimento internacional”, disse.

A pesquisadora conta que atualmente o manejo desses insetos-praga ainda tem demandado frequentes aplicações de inseticidas nas plantações. “Há de considerar que o uso indiscriminado desses produtos pode selecionar populações de pragas resistentes e até mesmo causar a morte de inimigos naturais, resultando em altas infestações de diversas espécies-praga devido ao desequilíbrio gerado nos sistemas produtivos agrícolas”, reforça.

Segundo Suellen Barros, a escolha pelo parasitoide Ectophasiopsis sp. (Diptera: Tachinidae) se deu quando o grupo de pesquisadores observou que essa espécie já foi encontrada em outros estados do Brasil realizando o controle de percevejos-praga. “Em  Mato Grosso foi observada uma alta taxa de parasitismo natural de Ectophasiopsis sp. em percevejos adultos coletados em lavouras de soja e milho”, revela.

Entre os objetivos do estudo está a necessidade de compreender a bioecologia do parasitoide Ectophasiopsis sp. (Diptera: Tachinidae), sua interação com seus hospedeiros e desenvolvimento de técnicas para otimizar a sua produção industrial. “Queremos também estudar uma técnica de liberação desses agentes no campo, possibilitando a sua utilização no manejo de percevejos praga da soja e do milho”, conta.

Mato Grosso no Ranking

Dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) mostram o Brasil no ranking dos países que mais utilizam agrotóxicos. Nesse cenário, a pesquisadora acredita que o controle biológico realizado de maneira apropriada pode trazer inúmeros benefícios para a sociedade. “No caso dos produtores, há ganhos pela maximização da presença de inimigos naturais nas áreas de cultivo que auxiliarão no controle de insetos-praga, e, consequentemente, com a redução do número de aplicações de inseticidas químicos sintéticos”.

Para o consumidor também há ganhos. “Os benefícios estão relacionados com a disponibilidade de alimentos produzidos de forma mais sustentável e com menos resíduos químicos deixados pelas sucessivas aplicações de inseticidas sintéticos”, reforça.

Estudos como este contribuem para a criação de biofábricas locais, gerando impactos econômicos positivos para o estado devido a geração de novos empregos e pelo aumento na arrecadação de impostos.

Com previsão de 36 meses de duração, as ações se iniciam em março  na Pest Field Pesquisa e Agentes biológicos localizada em Sorriso (MT) e na unidade da Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop (MT).

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