PORGerência de Imprensa
imprensa.secomm@ufmt.br

DATA19 de Março de 2025

COMPARTILHE

Acadêmico

Pesquisa aponta dados sobre infecção da malária

Em Mato Grosso, o norte, oeste e noroeste apresentam maior elevação

Cientistas do Câmpus Araguaia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) analisaram dados da doença malária em Mato Grosso no período de 2011 a 2021, identificando as áreas de alto risco no estado. Segundo artigo publicado no último ano na Revista Lium Concilium, eles descobriram que a maior incidência de infecção ocorreu em populações indígenas, que apresentam probabilidade duas vezes maior de contrair a doença que não indígenas. 

A pesquisa, que tem como título ‘Análise espaço-temporal da malária no estado de Mato Grosso – Amazônia Legal: identificação das áreas de alto risco’, contou com o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat), e aponta que ao todo, foram identificados 20.819 casos de malária no período de 10 anos com as maiores taxas de incidência entre homens e pessoas com baixos níveis educacionais. 

Nas Américas, o Brasil possui o maior número de casos. No estado de Mato Grosso, as regiões norte, oeste e noroeste apresentaram risco mais elevado de infecção pela doença. As cidades mais afetadas são Colniza, Aripuanã, Pontes e Lacerda, Apiacás e Nova Bandeirantes.  

O estudo indicou que a malária tem relação direta com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e, poucas cidades das regiões mais afetadas contam com saneamento básico adequado, sistemas de drenagem, pavimentação e meio-fio. A malária é transmitida pela picada da fêmea do mosquito-prego infectado por uma ou mais espécies do protozoário plasmódio. Os sintomas das doenças são febre alta, calafrio, tremores, suor e dor de cabeça.

Saúde pública, universidade e orientação

A pesquisa foi realizada através do levantamento de casos positivos para a malária notificados no estado em um período de 10 anos. As informações foram retiradas dos bancos de dados públicos fornecidos pelo governo do Estado de Mato Grosso, Sistema Único de Saúde (SUS), Sistema de Informação de Agravos de Notificação e do Formulário de Notificação do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Malária (SIVEP-Malária, Ministério da Saúde do Brasil).

De acordo com o professor doutor em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo (USP), coordenador da pesquisa Victor Vitorino Lima, o estudo é importante porque “o governo pode usar uma análise científica para direcionamento de verbas”. Para ele, a prevenção está na identificação do problema e a malária é um exemplo que precisa de atenção por ser uma doença negligenciada. 


Segundo o artigo, “doenças negligenciadas impactam desproporcionalmente populações vulneráveis com níveis de educação mais baixos em regiões periféricas”. Essas doenças são causadas por agentes infecciosos e consideradas endêmicas em populações de baixa renda. 

Em 2022, o Ministério da Saúde lançou o Plano Nacional de Eliminação da Malária com o objetivo de diminuir o número de casos transmitidos dentro do país para menos de 68 mil até este ano, além de reduzir os óbitos para zero até 2030 e eliminar a doença no Brasil até 2035. No estado, a doença possui perfil estacionário, ou seja, casos não aumentaram, mas também não diminuíram no período da pesquisa. Este estudo, ao identificar áreas de alto risco de ocorrência da malária em Mato Grosso, pode ser utilizado como ferramenta para a erradicação da doença. 

Conforme a pesquisa, “alguns estudos também indicam que o aumento de atividades como ecoturismo, pesca esportiva, caça e criação de gado ao ar livre, que são realizadas principalmente em campos abertos e podem começar antes do nascer do sol e durar até o pôr do sol, favorecem o contato entre humanos e vetores exofágicos”. 

Isso porque, explica o professor Victor Vitorino, o mosquito, que leva a infecção da malária, tem a característica de picar o ser humano no exterior das habitações. “É uma forma de transmissão durante o dia, no local de trabalho, porque o mosquito sai para se alimentar, então a pessoa está mais suscetível a ser infectada”, afirma ele.


Laís Soares e Filipe Damacena, com redação



TAGS:

Logo da UFMT
Câmpus Cuiabá

Av. Fernando Corrêa da Costa, nº 2367
Bairro Boa Esperança - Cuiabá - MT
CEP: 78060-900

(65) 3615-8000

Funcionamento Administrativo 7h30 às 11h30 e 13h30 às 17h30

Câmpus Araguaia

Unidade I - Pontal do Araguaia
Avenida Universitária, nº 3500
Pontal do Araguaia - MT
CEP: 78698-000

(66) 3402-0770

Unidade II - Barra do Garças
Avenida Valdon Varjão, nº 6390
Barra do Garças - MT
CEP: 78605-091

(66) 3402-0736

Funcionamento Administrativo 08:00 às 11:30 e das 14:00 às 17:30 (horário local)

Câmpus Sinop

Avenida Alexandre Ferronato, nº 1200
Bairro Residencial Cidade Jardim - Sinop - MT
CEP: 78550-728

(66) 3533-3100

(66) 3533-3122

Funcionamento Administrativo 7h30 às 11h30 e 13h30 às 17h30

Câmpus Várzea Grande

Av. Fernando Corrêa da Costa, nº 2367
Bairro Boa Esperança - Cuiabá - MT
CEP: 78060-900

(65) 3615-6296

Funcionamento Administrativo 7h30 às 11h30 e 13h30 às 17h30