Pesquisadores do Laboratório de Tecnologia e Conforto Ambiental (Lateca), da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), inauguraram nesta sexta-feira (10) um protótipo de ambiente construído em sistema de solo-cimento autoadensável – tecnologia desenvolvida na Instituição – com o objetivo de demonstrar sua aplicação real e potencial para uso cotidiano.
O solo-cimento é um produto que se difere do concreto comumente utilizado em construções por ser composto principalmente por solo, como o nome sugere. “Temos aqui um composto de 80% solo e só 20% de cimento, então praticamente eliminando a brita, a areia, e ainda uma parcela do cimento, que costuma compor 40% do concreto”, explica o professor Ivan Julio Apolonio Callejas, coordenador do projeto.
Essa composição, além de trazer vantagens ambientais pela redução do uso de cimento – um material bastante poluente desde o processo de extração da natureza, até a industrialização e o uso – permite o uso do solo que costuma ser um dejeto do construção-civil e ainda apresenta maior conforto térmico se comparado com o concreto.
"Tínhamos essa tecnologia em laboratório e hoje conseguimos fazer a transposição do que era um estudo para o real. Já identificamos possibilidades de melhoria, mas esse sucesso demonstra que estamos no caminho correto”, completou.
Também envolvida na construção do protótipo, a pesquisadora do Programa de Pós-graduação em Propriedade Intelectual e Transferência de tecnologia para a Inovação (Profnit), Hellyda Teixeira, explica como o projeto se integrou à sua carreira.
“Dentro dos objetivos do Profnit está a criação de um produto durante o desenvolvimento da pesquisa e, como sou técnica de laboratório de materiais do IFMT, tive a oportunidade de desenvolver algo que tivesse essa interligação com minha atuação profissional”, disse.
Presente no evento, o pró-reitor de Pesquisa da UFMT, professor Leandro Batirolla destacou a importância da pesquisa desenvolvida na Instituição e o papel do trabalho em conjunto tanto entre pesquisadores, quanto entre os parceiros do poder público e da iniciativa privada.
“A gente nunca faz a pesquisa sozinho. Sempre tem alguém que fez algo antes de nós e alguém que vai continuar fazendo e nosso intuito é integrar todos os setores no processo. Neste sentido, nosso reitor, professor Evandro, têm assumido um papel político muito importante, principalmente em relação ao fomento externo da Pesquisa”, Concluiu
Entre os parceiros para o desenvolvimento do protótipo estão a Fundação de Amparo à Pesquisa de Mato Grosso (Fapemat) e as empresas Cuiabá Formas, Cia Casa e Owens Corning.