O IV Encontro de Educação Escolar Quilombola, realizado pelo Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação Escolar Quilombola (GEPEQ) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) publicou carta aberta relembrando os dez anos de publicação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola. A carta tem signatários entre grupos, comunidades e escolas que atuam diferentemente na educação quilombola.
A carta é aberta por um poema em homenagem aos 10 anos das diretrizes da educação quilombola composto por Marinete Silva e declamado por Ana Luiza, que são do Quilombo Chumbo. O evento aconteceu na Escola Estadual de Educação Quilombola Maria Arruda Muller, situada no Quilombo Abolição. O texto diz que há um movimento de união entre universidade, movimentos sociais, comunidades e escolas quilombolas de forma articulada para fortalecer a luta contra desigualdades, racismos e exclusões sofridas pela população negra e quilombola.
Entre as reivindicações e propostas estão os investimentos nos transportes escolares quilombolas que possibilitem deslocamentos regulares e seguros entre casas e as escolas, escolas e casas dos/das estudantes, melhoria das estradas dos trajetos, do ônibus escolar, entre escola e casas de estudantes garantia da autonomia das escolas para alteração do calendário escolar de acordo as particularidades de cada território. Além disso os participantes pleitam a garantia de que as gestões das escolas quilombolas sejam atribuídas, prioritariamente por quilombolas da comunidade onde a escola está inserida.
São solicitadas ainda melhorias nas políticas de assistência social e infraestrutura das comunidades, políticas públicas para Mulheres Negras Quilombolas nas áreas da saúde, habitação, educação, empreendedorismo e geração de renda, lazer e segurança; capacitação específica para gestores quilombolas; políticas de esporte, arte e lazer nos quilombos, entre outros pleitos.
O evento recebeu mais de 200, com 69 trabalhos aprovados para apresentação oral em 7 grupos de trabalho. Assinam a carta, além do próprio GEPEQ, o Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial de Mato Grosso, além de coletivos e sindicatos. Também são signatários do documento comunidades quilombolas das cidades de Poconé, Nossa Senhora do Livramento, Santo Antônio do Leverger, Chapada dos Guimarães, Barra do Bugres, Vila Bela da Santíssima Trindade e Várzea Grande.
Veja o texto completo da carta aberta