Os corais da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) estão de volta aos palcos com um novo espetáculo. “Redescobrir” é o nome do concerto que representa o encontro entre os coralistas e o palco mais de dois anos e meio depois do início da pandemia de Covid-19, nos dias 23 e 24 de julho. O Coral UFMT e o Coral da 3a Idade da UFMT realizam apresentações em meio a uma rotina de cuidados e ação social para recolher alimentos para quem mais precisa.
A maestra do Coral da UFMT, Dorit Kolling, explica que a retomada acontece com muita atenção para a saúde dos coralistas, especialmente do Coral da 3a Idade. “A gente pede o carinho de que o público compareça de máscara, até porque a gente vai ter no palco pessoas idosas, com alguma comorbidade; tanto do coral adulto, quanto do Coral da 3a Idade”, relata a maestra, acrescentando que os ensaios do grupo acontecem com os participantes de máscara. Dorit Kolling reforça a necessidade de cuidados para evitar aglomerações no final das apresentações dos corais.
O espetáculo “Redescobrir” está sintonizado com a dinâmica de funcionamento do coral durante a pandemia, que parou nos dois primeiros meses da Covid-19 por causa das medidas de isolamento físico. “Paramos com os ensaios, mas continuamos a produzir partituras, gravações e tudo mais da equipe de trabalho do Coral. O pessoal pediu para voltar e ao mesmo tempo a gente descobriu vários coros no mundo inteiro e no Brasil em uma nova forma de fazer coral que é a possível durante a pandemia”, relata a maestra. Chamadas de vídeo foram a estratégia adotada para os ensaios no período para manter a união do grupo.
A maestra ressalta que, mesmo com estas iniciativas o objetivo de cantar junto manteve-se. “A gente estava com muita vontade de voltar e muita saudade de contar com os colegas, que é o conceito básico da atividade coral. Então, entre março e abril retomamos as atividades presenciais com distanciamento e poucas pessoas na sala. A medida que o cenário ia melhorando todas as pessoas vacinadas voltaram e começamos a construir este espetáculo. O redescobrir vem daí, de estar ao lado de alguém e descobrir o canto coletivo”, exalta a maestra sobre a magia de estar no palco novamente.
A apresentação conta com músicas de Gonzaguinha e os corais da 3a Idade e da UFMT. “Participa o Coral da 3a Idade, que é um projeto de extensão, da UFMT e o Coral da UFMT, que é o equipamento cultural criado há 42 anos com atividade sempre contínua”, comenta a maestra Dorit Kolling.
Ingressos serão trocados por 2kg de alimentos
As apresentações nos dias 23 e 24 de julho são também atos de solidariedade com a arrecadação de alimentos para a Associação Fome Não. O valor do ingresso é de 2 kg de alimentos não perecíveis que serão doados para pessoas que estão em situação de insegurança alimentar. “Todos os eventos que o Coral realiza são feitos a partir de trocas, com raras exceções. Já tivemos parcerias com o Papai Noel Pantaneiro para a doação de livros. Já doamos para o Hospital de Câncer”, comenta a maestra Dorit Kolling.
Segundo a maestra a parceria aconteceu a partir de integrantes do coral que atuam na entidade. “A gente sempre procura uma entidade e dessa vez conhecemos a AFON, uma entidade que várias pessoas do coral participam de alguma forma. Tem pessoas do coro que são desta associação e assim a gente modifica as entidades que ajuda”, relata a maestra sobre a parceria que vai recolher alimentos com a troca dos ingressos para assistir ao espetáculo.
Dorit Kolling lembra que a associação nasceu com o começo da pandemia de Covid-19 em uma adequação com as necessidades da atualidade. “Essa associação construiu uma rede muito grande de pessoas que ajudam e que doam mensalmente ou participam das rifas. É uma associação sem fins lucrativos e estamos unindo a arte, o nosso fazer artístico, com a solidariedade”, pontua a maestra.