O Coral da terceira idade da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) já tem data para encantar o público de Cuiabá: nesta quinta-feira, 12 de dezembro. Neste dia, o grupo realiza sua Cantata de Natal a partir das 20h na Paróquia São Gonçalo, localizada no bairro do Porto.
Segundo a coordenadora do programa de extensão do Coral UFMT, maestra Dorit Kolling, o repertório é composto por peças natalinas e músicas com a temática desta época do ano. O regente do espetáculo, Talles Matos, explica que o critério de escolha foi tentar achar o maior número de músicas brasileiras em temas natalinos. “Aproveitando que a apresentação será numa igreja, que é um espaço religioso e que tem uma acústica linda, talvez um dos melhores espaços para se fazer música coral, vamos apresentar duas músicas sacras: a “Oração de uma criança”, peça que mostra a mãe explicando ao seu filho sobre o amor de Deus, e a versão de “The lord bless you and keep you”, de John Rutter, que é um trecho do livro de Números, da Bíblia”, completa.
Além dos coralistas, o espetáculo contará com a participação de Sarah Oliveira, Dilzemar Siqueira, Milena Pimentel, Filipi Benites e Juninho Souza, bolsistas de extensão do projeto, e dos servidores André Vilani e Adonys Aguiar.
Para 2025, a meta é realizar o concerto principal do coral. Dorit Kolling explica que o programa já está sendo preparado, mas que as surpresas só serão apresentadas ano que vem. “Vai ser um programa muito divertido com um repertório que está sendo costurado com arranjo para o coral da terceira idade e que vai valer muito a pena”, explica a maestra. No entanto e já para preparar o público, Talles Matos falou que nesta apresentação haverá um medley com algumas das canções que serão apresentadas no ano que vem.
Emoções e experiências
A maestra pontua que mesmo antes da pandemia, o trabalho realizado dentro do Coral da terceira idade já fazia a diferença na realidade dos participantes. Ela observa que o projeto atinge as pessoas de forma muito peculiar, seja no convívio social, seja na disciplina imposta pela atividade, com os compromissos de ensaios e comprometimento com o estudo e com as apresentações. “A atividade coral fomenta essas questões e em especial com a terceira idade vem a questão de saúde mental e social”, afirma.
“Há todo um cuidado da equipe de trabalho do coral UFMT de receber e atender os idosos. Em contrapartida, eles participam com muita alegria e respeito, são muito carinhosos, fazem música e adoram quando recebem os convites para cantar”, completa, acrescentando que há, dentre outros cuidados, um trabalho de técnica vocal especial e com partituras que permitam a acuidade visual dos coralistas.
Uma das recordações de Dorit Kolling foi uma pesquisa realizada por um estudante do curso de Saúde Coletiva, no qual o relato mostra um idoso que perceberam que começaram a ser enxergadas socialmente após iniciar suas atividades no coral da terceira idade. “O envelhecimento deixa as pessoas muito sozinhas e as atividades com a terceira idade são muitos especiais também por essa questão, pois passa a inseri-lo ou continuam inserindo em grupos sociais e, nesse caso, social e artístico”, analisa.
Talles Matos comenta que não há muitos artistas idosos, tanto na música quanto nas demais áreas. “Eu trabalho com eles aqui no coral como artistas e protagonistas e, por consequência, eles se sentem mais vivos e vistos quando estão em cima do palco”, pontua.
“Eles têm um grupo de amizade com um gosto em comum, que começa pela música e pelo canto coral, e depois vai para outras áreas. É um encontro de pessoas que, no nosso caso, são maiores de 60 anos, que têm como objetivo fazer música e canto coral e isso traz várias benesses para eles”, acrescenta o regente.
“A gente está podendo contribuir com a sociedade com um projeto dessa envergadura. Acho que esse é um dos objetivos principais da extensão. A gente faz extensão, faz música e atendemos os nossos idosos”, finaliza a maestra.
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