Uma comitiva formada pelas professoras da Universidade
Federal de Mato Grosso (UFMT), Mariuce Campos de Moraes e Beleni Grando, e pela
indígena do povo Kurâ-Bakairi, pós-doutoranda Isabel Taukane, esteve em
Brasília em reunião com Rosilene Tuxá, representante do Departamento de
Políticas Educacionais Indígenas, vinculado à Secretaria de Educação
Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI) do Ministério da
Educação (MEC). A Secretaria é responsável por formular e implementar políticas
públicas voltadas à continuidade dos estudos, à alfabetização de jovens e
adultos e à promoção da diversidade e inclusão educacional.
O encontro , realizado na quarta-feira (13) teve como
objetivo tratar da viabilização de recursos financeiros para a implementação do
primeiro curso de Licenciatura Intercultural da UFMT, com três habilitações
específicas: Educação Intercultural Indígena – Pedagogia (Licenciatura);
Educação Intercultural Indígena – Linguagem e Humanidades (Licenciatura); e
Educação Intercultural Indígena – Ciências da Natureza e Matemática
(Licenciatura)
De acordo com as professoras da UFMT, o projeto
político-pedagógico já está finalizado e a tramitação interna na universidade
encontra-se em fase de conclusão. A representante do MEC, Rosilene Tuxá,
confirmou que, com a destinação dos recursos prevista ainda para este semestre,
a UFMT poderá lançar o edital de seleção voltado especialmente para atender a
região do Capoto Jarina, território do povo Mebêngôkre (Kayapó).
A criação da licenciatura representa um avanço histórico
para a educação indígena da região, oferecendo formação superior intercultural
pensada a partir das demandas, saberes e territórios locais. A expectativa é
que o curso fortaleça a formação de professores indígenas e consolide a
presença da UFMT em áreas estratégicas para a preservação cultural e ambiental
de Mato Grosso.