A Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) divulgou, na última semana, a primeira convocatória para a implementação das bolsas do ciclo 2025-2026 dos programas de Iniciação Científica e Tecnológica. Este ano, as chamadas — que incluem as modalidades PIBIC, PIBITI e PIBIC-AF — trazem inovações que ampliam o acesso, a diversidade e a permanência na iniciação científica.
A edição 2025 do Programa de ICT é marcada por avanços institucionais no campo da inclusão. Pela primeira vez, a PROPESQ reservou bolsas para jovens pesquisadores(as), bolsas específicas para estudantes mães de crianças na primeira infância, além de ampliar a bonificação de 10% para 20% na nota final de pesquisadoras que tiveram licença-maternidade nos três anos anteriores à seleção. Também houve uma ampliação de 100% no número de bolsas destinadas à modalidade PIBIC-AF, voltada a estudantes que ingressaram na UFMT mediante políticas de ações afirmativas.
Com mais de três décadas de tradição na formação de jovens pesquisadores na graduação, a iniciação científica e tecnológica da UFMT alcançou um recorde histórico em 2025: foram 1.337 propostas submetidas às três modalidades do programa de bolsas — um crescimento de 13% em relação a 2024. A maioria dos projetos foi direcionada à modalidade PIBIC (77,65%), seguida pelo PIBITI (15,53%) e pelo PIBIC-AF (6,82%). Destaque para a modalidade de ações afirmativas, que teve o número de bolsas duplicado nesta edição. Além das 20 cotas destinadas à modalidade pelo CNPq, a UFMT custeou outras 20,totalizando a concessão de 40 bolsas.
Os resultados finais publicados em 18 de julho mostram um equilíbrio na distribuição das 744 bolsas das três modalidades entre os campi da UFMT, considerando o peso relativo de cada qual nas inscrições realizadas. Cuiabá, que registrou 832 inscrições, recebeu 496 bolsas, seguida de Sinop, que submeteu 320 inscrições, obtendo a aprovação de 176. Araguaia, com 154 inscrições, ficará com 65 bolsas, e Várzea Grande, que inscreveu 71 propostas, teve a aprovação de 7 bolsas.
A edição também contemplou quatro pesquisadoras mães e distribuiu 33 bolsas para jovens pesquisadores (mestres e doutores contratados nos últimos três anos ou servidores que concluíram o doutorado no período). As medidas foram adotadas para democratizar ainda mais o acesso à pesquisa, considerando as assimetrias que envolvem o universo institucional de pesquisa.
O gráfico abaixo mostra a distribuição dos jovens pesquisadores(as), evidenciando que a Ciências da Saúde lidera os aprovados nessa condição, com 30,30% das bolsas concedidas, seguida por Ciências Humanas (21,21%) e Ciências Agrárias (18,18%).
Porcentagem de aprovação de Jovens Pesquisadores(as) nas chamadas PIBIC, PIBIC-AF e PIBITI
Fonte: PROPESQ/Tornar Comum
Segundo o pró-reitor de Pesquisa, Prof. Dr. Bruno Araújo, as medidas representam um avanço significativo para a Iniciação Científica e Tecnológica na UFMT. “Avançamos na consolidação de uma política de pesquisa mais diversa e inclusiva. A ampliação das ações afirmativas, o reconhecimento das pesquisadoras mães e o incentivo a jovens pesquisadores reforçam nosso compromisso com uma universidade mais representativa e atenta às desigualdades estruturais que ainda marcam o acesso à ciência. Ainda há muito a fazer, e estamos dispostos a avançar, em diálogo permanente com a comunidade”, ressaltou.
Distribuição entre as áreas de conhecimento
Os dados de aprovação por área do conhecimento revelam que a taxa de conversão de inscrições em bolsas foi mais alta nas áreas de Ciências Biológicas (71,18%), Linguística, Letras e Artes (63,64%) e Ciências Agrárias (61,56%). Esses percentuais indicam que, nessas áreas, a proporção de projetos contemplados foi superior à média geral.
As Ciências Humanas também apresentaram desempenho expressivo, com 54,95% de aprovação, reforçando a relevância da área na produção científica da UFMT. Em seguida, aparecem Ciências da Saúde (49,67%), Ciências Exatas e da Terra (45,82%) e Ciências Sociais Aplicadas (41,38%). Já a área de Engenharias registrou a menor taxa de conversão, com 33,33% das propostas aprovadas.
A análise comparativa sugere que, embora o número bruto de inscrições possa variar entre as áreas, o índice de aprovação também revela dinâmicas de participação e aderência às chamadas.
Porcentagem de aprovação por área de conhecimento em relação às inscrições nas chamadas PIBIC, PIBIC-AF e PIBITI (ciclo 2025-2026)
Fonte: PROPESQ/Tornar Comum
O Pró-reitor de Pesquisa afirma que as variações nos índices de aprovação refletem múltiplas dinâmicas – desde o volume de inscrições por área até o grau de aderência às chamadas. No entanto, sinaliza “a necessidade de refletirmos coletivamente sobre estratégias que possam ampliar a participação, a qualificação e o maior equilíbrio entre as áreas de conhecimento, reconhecendo as diferenças entre elas, o que será feito em diálogo permanente com a comunidade”.
Araújo acrescenta que a solidez do Programa de Iniciação Científica e Tecnológica reforça a necessidade de ampliar o número de cotas disponíveis. “Já iniciamos um diálogo bastante produtivo com a FAPEMAT, por meio do assento que ocupamos no seu Conselho Curador, com o objetivo de viabilizar a ampliação das cotas já a partir de 2026 — não apenas para a UFMT, mas também para as demais instituições de ensino superior de Mato Grosso”, destacou.
Os principais temas dos novos bolsistas de PIBIC e PIBITI
A PROPESQ analisou os temas mais presentes nos planos de pesquisa aprovados, o que permite entender as temáticas que vão se destacar no ciclo 2025/2026. A nuvem de palavras gerada a partir das palavras-chave dos planos destaca termos como saúde, sustentabilidade, educação e tecnologia digital, evidenciando a conexão entre o que docentes e discentes da UFMT pesquisam e temas estratégicos da sociedade atual.
Também são recorrentes temáticas e contextos regionais — como Cerrado, Pantanal, solo, biodiversidade e Mato Grosso — o que reforça o papel da UFMT como um polo central de ciência sobre a realidade mato-grossense. Há também a presença de muitas abordagens interdisciplinares sobre saúde mental, nutrição, meio ambiente e produção de conhecimento.
Nuvem de palavras com os principais temas das propostas aprovadas nas Chamadas PIBIC, PIBIC-AF e PIBITI
Imagem: PROPESQ/Tornar Comum
O Programa de Iniciação Científica e Tecnológica da UFMT conta com a parceria e o fomento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, da Fundação de Amparo à Pesquisa de Mato Grosso e da própria UFMT. A iniciativa reforça o compromisso da instituição em democratizar o acesso à ciência, fortalecer a formação para a pesquisa já na graduação e também incentivar a inclusão e a diversidade na pesquisa científica e tecnológica.
O resultado completo com todos os nomes dos(as) convocados(as) e detalhes da implementação está disponível no site da Propesq: acesse aqui!
Texto por: Maria Rita Lima - Bolsista do Programa Tornar Comum e Thiago Crepaldi - Pesquisador do Programa. Contribuíram, ainda, na geração de dados, os discentes Gustavo Klimiuk e Christian Queiroz e, na arte, o discente Marcio Andrade, todos participantes do Tornar Comum.
Siga nossas redes sociais:
Instagram: https://www.instagram.com/propesq_ufmt
TikTok: https://www.tiktok.com/@propesq.ufmt
YouTube: https://www.youtube.com
Política de Uso dos Conteúdos
A reprodução de textos, fotografias e outros conteúdos da PROPESQ/UFMT é livre, desde que os autores e o Portal da Propesq/UFMT sejam creditados. Para dúvidas ou sugestão de pautas entre em contato pelo e-mail: comunicacao.propesq@ufmt.br.